Todo o trabalho partilhado neste blogue pode ser visionado, consultado e utilizado, mas, por favor, não apague os créditos de um trabalho que é meu. E não plagie. O plágio é uma prática muito feia. Se entender contactar-me o meu e-mail é anabelapmatias@gmail.com
Agradeço aos autores dos vídeos a sua partilha, generosa, no Youtube. Sem esta partilha, as minhas postagens ficariam mais pobres.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

20ª Aula - A Independência dos EUA

20ª Aula - A Independência dos EUA

Sumário: O nascimento dos EUA: a revolta das colónias, a declaração de independência e a constituição dos Estados Unidos da América de 1787.

Todos estamos recordados que à data da chegada de Cristóvão Colombo à América, em finais do século XV, mais concretamente em1492, o continente americano era já habitado por inúmeras tribos índias. Inicialmente, os colonos europeus tiveram bastantes dificuldades em se fixarem no novo continente, nomeadamente na América do Norte, até pelos ataques dos índios, e só começaram a chegar a esta região, em maior número, a partir do século XVII, vindos da Inglaterra, Escócia e Irlanda.
Em meados do século XVIII já existiam 13 colónias inglesas, todas na costa este, independentes entre si mas ligadas por uma língua comum, o inglês, uma religião comum, o protestantismo, muito embora as colónias do sul fossem mais rurais, com extensas propriedades, as plantações, trabalhadas com recurso à exploração da mão-de-obra escrava e as colónias do norte estivessem mais ligadas à atividade comercial e industrial.
De qualquer modo, existia nas colónias uma burguesia muito empreendedora que se opunha ao Regime de Exclusivo Colonial que obrigava os colonos a só negociarem com Inglaterra, a metrópole.
Ora, os colonos queriam estabelecer outras relações comerciais com outros países e, assim, libertarem-se do espartilho inglês. É claro que havia colonos americanos a contrabandear com África e Antilhas o que lhes permitiu enriquecer e ganhar poder económico. Muitos colonos adotaram os ideais iluministas e aspiravam a uma maior autonomia.
Entretanto a Inglaterra envolveu-se numa guerra com a França - a Guerra dos Sete Anos, travada pela posse das colónias americanas - e, precisando de verbas para fazer face às despesas provocadas pelo conflito, lançou uma série de impostos - lei do açúcar, lei do selo, lei do chá - sobre as colónias que, devido à reação dos colonos, acabou por retirar, com exceção do imposto sobre o chá. Não se esqueçam que quem decidia estas medidas era o parlamento inglês onde não tinha assento nem um único representante das colónias.
Em dezembro de 1773 um grupo de colonos disfarçados de índios destruiu, deitando à água, os carregamentos de chá de três navios ingleses atracados no porto de Boston. Este episódio marca o início da Revolução Americana e ficou conhecido como o Boston Tea Party.
A Inglaterra reage, manda fechar o porto de Boston, destaca para a cidade tropas para controlar a revolta, que vai alastrando a outros pontos das colónias, impõe uma indemnização pelos carregamentos de chá destruídos.
Em 1775 os representantes das treze colónias reúnem-se em congresso, o segundo realizado na cidade de Filadélfia já que o primeiro aconteceu em 1774 ainda não com intenções separatistas, e decidem criar um exército comum comandado por George Washington.
A 4 de julho de 1776 o Congresso volta a reunir e proclama a Independência dos Estados Unidos da América através da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América redigida por Thomas Jefferson, independência esta que só vai ser reconhecida pelos ingleses em 1783, após duríssimos combates entre os dois exércitos e em que a fação independentista é ajudada pela França e por Espanha. Este facto serviria de mote e exemplo para outras lutas pela independência que se seguiriam e para outras revoluções liberais.
Em 17 de setembro de 1787 foi aprovada a primeira constituição dos EUA imbuída dos ideais iluministas e que consagrou uma república democrática federativa, a separação dos poderes - legislativo que competia ao Congresso e ao Senado, executivo que competia ao Presidente e judicial que competia aos Tribunais - consagrou ainda a separação entre Igreja e Estado, sendo os EUA um estado laico, e garantiu a liberdade e direitos dos cidadãos perante a lei... se bem que ainda com muitas reservas face aos não direitos das mulheres e dos negros, por exemplo.

A apresentação em PowerPoint intitulada U - A Independência dos EUA já explorada em contexto de sala de aula já está publicada na minha página de recursos a que podeis aceder clicando sobre o link a vermelho.

Deixo-vos também um resumo da história deste período, encontrado no Youtube. De bónus, ainda levam uma música no final... caso gostem, caso vos apeteça escutá-la.

Votos de excelente trabalho!


terça-feira, 2 de abril de 2013

19ª Aula - O Barroco


Igreja de S. Domingos - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
19ª Aula - O Barroco - A Aula do Professor Miguel Moreira

É com imensa alegria que hoje publico a Aula do Professor Miguel Moreira subordinada ao tema "O Barroco".

Agradecida, Miguel Moreira, por aceitares os meus desafios. O círculo, este, está agora fechado. Mas nós somos capazes de desenhar outros...

O BARROCO
Toda a expressão artística é reflexo das dinâmicas sociais e um produto mental e cultural da época histórica em que surge. O Barroco não é exceção. Iniciada nos finais do século XVI e desenvolvida ao longo dos séculos XVII e XVIII, a arte barroca surge num ambiente dominado pela consolidação das grandes monarquias absolutas, pelo movimento da contrarreforma da Igreja Católica e num mundo abalado por todo o tipo de guerras, epidemias e convulsões sociais. Neste contexto, o barroco é aproveitado tanto pelos monarcas absolutistas para valorizarem a sua imagem e ostentarem o seu poder, mandando construir imponentes e luxuosas cortes, como pela Igreja Católica empenhada em seduzir os crentes que, sobretudo nos países nórdicos, aderiam em massa ao protestantismo. A arte é, desta forma, instrumentalizada e manipulada, por papas e reis, com o objetivo de persuadir, deslumbrar e seduzir.
Nascido em Itália, nos finais do século XVI, a partir de formas maneiristas, o Barroco rapidamente se espalhou a todos os países da Europa do sul, atingindo, também, as colónias espanholas e portuguesas da América Latina e do sul da Ásia.
Roma, sede do Papado, representava, também, o triunfo do catolicismo face à Reforma Protestante. Com esse objetivo, o Papa Sisto V (1585-1590) criou uma cidade-espetáculo na qual a linguagem barroca respondia plenamente aos desígnios do poder papal e das orientações tridentinas. Com intervenções de arquitetos como Bernini e Barromini, as novas construções, distantes da ordem, do equilíbrio e da regularidade da composição renascentista, experimentavam jogos de massas e de espaços, formas onduladas e dinâmicas e uma decoração exuberante e cenográfica, com o único propósito de deslumbrar o observador e despertar-lhe fortes impactos emocionais.
Apesar das diferentes interpretações que se verificaram nos diferentes países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos, religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características comuns. Assim, os arquitetos barrocos, entendendo o edifício de forma integrada, como se fosse uma grande escultura, única e indivisível, davam preferência às linhas curvas, em formas côncavas ou convexas, explorando os efeitos contrastantes de luz e de sombra, na procura do movimento e do infinito. Os portais, normalmente divididos por andares, com as suas colunas torsas ou pseudo-salomónicas, os contrastes entre cheios e vazios, os entablamentos interrompidos e irregulares, as imagens inseridas nos seus nichos, os frontões de linhas curvas e uma decoração exuberante, eram pensados e construídos no quadro de uma vivência e de uma sensibilidade vocacionadas para a teatralidade, capazes de atrair pelo olhar, de persuadir pela beleza, de emocionar e de envolver os fiéis.
Mas foi nos interiores que o barroco mais impressionou. O Barroco, numa espécie de “horror pelo vazio”, cobriu os interiores de frescos, de telas, de mármores policromados, de esculturas, de retábulos e de talha dourada, contribuindo desta forma para a profusão da cor e para o prazer dos sentidos.
Ora, foi precisamente a talha dourada a mais genuína e característica arte do Barroco em Portugal. Muito prolixa e exuberante, a talha revestiu altares, paredes, tetos, órgãos, púlpitos, cadeirais, balaustradas, arcos, frisos, cornijas, janelas e sanefas. A talha “forrou de ouro” as igrejas. E, “Se a Igreja é a imagem do Céu sobre a Terra, como não ornamenta-la com o que há de mais precioso?” pergunta René Huyghe, em “Sentido e Destino da Arte”.
A talha dourada é uma técnica escultórica em que a madeira é esculpida e, posteriormente, revestida por uma fina película de ouro. A sua execução implicava a participação de vários artistas: o arquiteto, que fazia o desenho, o entalhador, que esculpia a madeira, o ensamblador, que preparava a madeira para receber o ouro e, por fim, o dourador, que aplicava o ouro.
Depois de concluídas, as obras de talha dourada, sobretudo os retábulos, codificam uma linguagem simbólica e alegórica que ultrapassa a sua função meramente decorativa ou cenográfica e assumem um papel ativo na interação com o observador. Nesta pedagogia formal e cenográfica, o brilho e a cor do ouro desempenhavam um papel determinante, não só pelo seu impacto visual, mas especialmente pelo seu simbolismo, pois imprimiam essência divina ao espaço, numa espécie de prefiguração da esfera celestial. Um apelo mais aos meios de perceção sensorial, imaginativa e afetiva dos fiéis, do que às suas faculdades intelectuais, procurando, assim, através da eloquência das formas e das cores, envolver e persuadir sensorial e emocionalmente os fiéis, sobretudo as massas populares.
Na evolução da talha portuguesa, podemos distinguir três fases:
O Estilo Nacional, com retábulos compostos de uma tribuna com o seu trono piramidal, ladeado por colunas pseudo-salomónicas de fuste espiralado que sustentam arcos concêntricos. Como motivos ornamentais, quase de vulto perfeito, apresentam-se folhas de videira e cachos de uvas (alusão à Eucaristia), meninos e querubins, pequenos pássaros (fénix, símbolo da ressurreição) e folhas de acanto. Dos lados, a composição é rematada por pilastras, mísulas e outros elementos que enfatizam a estrutura retabular.
O Estilo Joanino (a talha atinge o seu apogeu na época de D. João V), com retábulos mais elevados, baldaquinos que substituem os arcos concêntricos e colunas salomónicas. O trono mantém o lugar cimeiro, agora tratado com mais aparato. A decoração inclui novos elementos: grinaldas, palmas, conchas, medalhões, festões, volutas com cabeças de querubins e figuras angélicas ou alegóricas. Para o esquema teatral muito contribuem as imagens inseridas nos seus nichos, os atlantes na base dos retábulos, cortinados nos remates puxados por anjos, sanefas que coroam o arco cruzeiro.
O Estilo Rocaille ou Rococó, termo de origem francesa que designava um tipo de ornamentação inspirada nas fontes e grutas artificiais dos jardins, baseada na imitação de rochas, conchas, flores e outros elementos naturais. Na talha, a sua linguagem decorativa é feita por formas flamejantes, folhas estilizadas, curvas e contracurvas, enlaçamentos de volutas, ornatos complicados e de grande requinte, inseridos num fundo com cores esbatidas a lembrar influências orientais.
Mas o Barroco não foi apenas um estilo arquitetónico. Ele influenciou transversalmente todas as formas de expressão artística e cultural da sua época: a escultura, a pintura, o mobiliário, a literatura, a música, a dança…
A escultura, associada à arquitetura ou à pintura, colocada isoladamente em praças e jardins, invadiu tudo, encontrando-se por todo o lado. Caracteriza-se pelo rigor da execução técnica, pela exploração das capacidades expressivas das personagens ou cenas, conseguida pela acentuação dos gestos e das expressões faciais e corporais, pela preferência de representações em movimento, pela utilização de panejamentos volumosos, agitados e decompostos, e pelo sentido cénico das obras.
Tal como a arquitetura e a escultura, também a pintura teve como objetivo o deslumbramento, a surpresa, a encenação e a luz, integrando um “espetáculo” que se queria total. A pintura barroca jogou com as formas fluidas e ondulantes, aplicou um animado cromatismo e acentuou os contrastes de luz e sombra, aumentando a sensação de realismo. Acentuou, ainda, a sensação de profundidade, sobretudo com a técnica “trompe l’oeil”, aplicada em paredes e tetos, o que constitui uma das mais originais contribuições do Barroco.
A literatura barroca dedicou um profundo cuidado à forma e ao virtuosismo linguístico no intuito de maravilhar e convencer o leitor, com o uso constante de figuras de linguagem e outros artifícios retóricos, como a metáfora, a elipse, a antítese, o paradoxo e a hipérbole, com grande atenção ao detalhe e à ornamentação como partes essenciais do discurso e como formas de demonstrar erudição e bom gosto.
Expressão, por excelência, dos sentidos e das emoções intensas, foi na música, no teatro e na ópera que a cultura barroca alcançou todo o seu esplendor. O gosto pelo espetáculo, pela cenografia, pela sumptuosidade dos figurantes, pela associação da música com a dança, com o canto e com a representação dramática deram origem a um género musical tipicamente novo – a ópera.
Concluindo, o Barroco foi, por excelência, uma arte de imagens, uma arte de cenografia, no qual todas as expressões artísticas concorrem para um único objetivo: produzir espetáculo.
Miguel Moreira, Abril de 2013
Nota - Esta aula foi  inicialmente publicada no meu outro blogue intitulado "História em Movimento".

Acrescento um vídeo que faz uma excelente síntese sobre o Barroco. Está em espanhol, o que para as turmas que aprendem esta língua constitui um excelente exercício... para as outras também não levantará, por certo, qualquer problema e compreenderão tudo o que aqui é explicado.


Por último, deixo-vos um link que vos levará a uma das mais belas igrejas barrocas do mundo: Igreja de S. Francisco, em S. Salvador da Bahia, no Brasil. Clique aqui.
Espero que gostem da viagem...

domingo, 10 de março de 2013

18ª Aula - A Revolução Agrícola, Demográfica e Industrial

18ª Aula - A Revolução Agrícola, Demográfica e Industrial

Queridos alunos,

como sabeis ando assoberbada em trabalho múltiplo e diverso a que tenho de fazer face segundo as prioridades que estabeleci. Assim, esta aula já lecionada, só será colocada neste blogue, e partilhada na minha página de recursos pedagógicos, durante a paragem letiva da Páscoa, que para vocês se iniciará já a partir da próxima sexta-feira, dia 15, último dia de aulas, mas que, para mim, só se iniciará lá para quinta ou sexta-feira da semana seguinte, veremos como decorrem as reuniões de avaliação e os trabalhos, tantos! e tão burocráticos! que se aproximam a passos largos e terão, obrigatoriamente, de ser feitos.
Assim, agora é tempo de corrigir testes, ainda me faltam três turmas, uma de 8º ano de História e duas de 2º ano de CIDMAC e este é o trabalho agora prioritário para poder proceder a uma avaliação que se quer, tanto quanto possível, justa.
Como bem sabeis, alteramos um pouquinho a ordem da matéria já que deixamos o Barroco, consciente e deliberadamente, para a última aula deste nosso 2º período.
Será uma aula muito especial, cumprindo o espírito do meu projecto História em Movimento que implementei na EB 2/3 de Amarante no ano letivo de 2010/2011, que contará com a colaboração do Professor de História, Miguel Moreira, e será realizada em coordenação com os vossos/nossos Professores de Educação Musical, Paulo Silva e Margarida Assis e que marcará, e de que maneira!, o fim destes nossos trabalhos ligados à História, esta disciplina que precisa urgentemente de ser valorizada pela comunidade educativa, e aqui os professores de História têm um papel determinante, assim o entendo, assim o defendo, assim o pratico, e pela comunidade em geral, já que a História constitui uma bagageira recheada de "armamento" que nos permite um melhor entendimento do mundo em que nos movemos hoje, do mundo em que nos moveremos amanhã...

Logo que possível, como combinado, aqui postarei a aula em falta... e as outras duas atrasadas... que não estou esquecida delas... apenas tenho que lidar com dias de 24 horas, curtos para a imensidão de projetos que saem dos meus neurónios irrequietos...

Aula

Sumário: A revolução agrícola: alterações na propriedade, melhorias técnicas e aumento de produtividade.
A revolução demográfica: o aumento da população e suas consequências.
A revolução industrial: fatores da prioridade inglesa, setores de arranque, mecanização e alterações no regime de produção.

Entretanto, deixo-vos o link para a apresentação em PowerPoint intitulada T - A Revolução Agrícola e Industrial assim como quatro pequenos mas interessantes vídeos sobre esta mesma temática.






terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

17ª Aula - O Iluminismo

17ª Aula - O Iluminismo

Sumário: Os progressos científico e técnico. O Iluminismo. Portugal, as resistências à inovação e as reformas pombalinas no ensino.

Meus queridos alunos, a última apresentação que será alvo de avaliação no próximo teste é a apresentação K - O Iluminismo.
A matéria para o teste abarca, assim, quatro apresentações em PowerPoint: O, P, Q e R.
Bom trabalho, qualquer dúvida sabem onde me encontrar...

Os progressos do ponto de vista científico e técnico, ocorridos durante o século XVII e XVIII decorrem da mudança de mentalidade, já anteriormente abordada em contexto de sala de aula aquando da exploração do Renascimento.
O homem do Renascimento, profundamente humanista, passou a refletir sobre si próprio e sobre o mundo que o rodeava tentando descobrir explicações para os fenómenos através da razão.
O Homem passou a ter um espírito crítico, a valorizar a dúvida, os monarcas, a nobreza e até o clero, em alguns domínios, apoiaram a investigação, as academias e as universidades fomentaram as ciências e o ensino experimental pois surgiu o método experimental baseado na observação do fenómeno, na formulação de uma hipótese explicativa para esse mesmo fenómeno e na posterior experimentação para validação, ou não, da hipótese explicativa formulada. Estamos já longe da mentalidade medieval que tudo explicava através da vontade divina...
Desenvolveram-se as matemáticas. Descartes aperfeiçoa a álgebra e cria a geometria analítica; Galileu Galilei valida a teoria heliocêntrica de Copérnico; Pascal e Torricelli estudam a pressão atmosférica; Harvey estuda a grande circulação do sangue e os vasos capilares; Lavoisier lança as bases da química e descobre a composição do ar e da água; Denis Papin descobriu a força do vapor; Isaac Newton descobre a lei da gravitação e da atração universal; dão-se as primeiras tentativas de conquista dos ares com os balões ou aeróstatos; surge o microscópio, o telescópio, o termómetro, a vacina contra a varíola, os primeiros ensaios  sobre a eletricidade... e "o mundo pula e avança"...
O Iluminismo surgiu em França, no século XVIII, século este que vai ficar conhecido como "Século das Luzes". E que "luzes" são estas? As luzes da razão, o esclarecimento dos espíritos só possível de ser alcançado através da instrução, que ilumina.
O iluminismo propõe uma sociedade baseada na igualdade de todos perante a lei, defendida por Jean Jacques Rousseau, um regime político baseado na separação de poderes, defendido por Montesquieu, teorias absolutamente revolucionárias numa sociedade profundamente desigual como era a do Antigo Regime, com ordens privilegiadas - clero e nobreza - e uma ordem não privilegiada - o povo - e caracterizada por um sistema político, absolutismo, em que o rei detém todos os poderes.
Estas teorias foram muito bem aceites pela burguesia que aspirava à ascensão social...
O Iluminismo pretende contribuir para o bem geral da Humanidade através da defesa de princípios como: o direito à felicidade, ao progresso, ao espírito de tolerância e à crença no valor da razão, que ilumina.
Voltaire, importante filósofo e um dos colaboradores da Enciclopédia, combateu a intolerância religiosa e acusou o clero de ser responsável pelo atraso das populações.
Kant, igualmente um importante filósofo, enalteceu o poder da razão humana.
As ideias iluministas foram-se propagando através da Enciclopédia, impulsionada por Diderot e D`Alembert e que pretendia fazer a síntese de todos os conhecimentos à época, através das Academias que eram associações de cientistas, artistas e de escritores que divulgavam o conhecimento, através dos salões, de revistas e jornais... em Portugal, país muito atrasado do ponto de vista económico e cultural, o Iluminismo foi-se divulgando através dos estrangeirados, que no exterior contactavam com estas novas ideias e que influenciaram as políticas reformistas pombalinas, nomeadamente as educativas. O Marquês de Pombal criou escolas onde se aprendia a escrever, a ler e a contar, escolas de gramática latina, grega, retórica e filosofia, criou a Aula do Comércio e o Colégio dos Nobres e reformou a Universidade de Coimbra... mas sem grande êxito.

Meus queridos alunos, relembro que a última apresentação, que será alvo de avaliação no próximo teste, é a apresentação K - O Iluminismo.
Assim sendo, a matéria para o teste abarca quatro apresentações em PowerPoint: O, P, Q e R.

Bom trabalho, qualquer dúvida sabem onde me encontrar...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

16ª Aula - O Despotismo Esclarecido Pombalino

16ª Aula - O Despotismo Esclarecido Pombalino

Sumário: O Despotismo Esclarecido Pombalino

Por agora, deixo-vos a apresentação em PowerPoint já explorada em contexto de sala de aula, publicada na minha página de recursos pedagógicos e intitulada Q - O Despotismo Esclarecido Pombalino.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

15ª Aula - O Antigo Regime

15ª Aula - O Antigo Regime

Sumário: O Antigo Regime e a sociedade de ordens. O Absolutismo e o Mercantilismo. A implantação do Absolutismo e do Mercantilismo em Portugal.

Meus queridos alunos,

por agora deixo-vos "apenas" a apresentação em Powerpoint já explorada em contexto de sala de aula e publicada na minha página de recursos, intitulada P - O Antigo Regime.

E ainda um vídeo intitulado "A sociedade portuguesa do tempo de D. João V"


14ª Aula - O Império Português e a Concorrência Internacional

14ª Aula - O império Português e a Concorrência Internacional

Sumário: A disputa dos mares e a afirmação do capitalismo comercial. A União Ibérica. a ascensão económica e colonial da Europa do Norte: o império holandês, inglês e francês. A prosperidade dos tráficos portugueses e a restauração da independência nacional.

Meus queridos alunos,

por agora deixo-vos "apenas" a apresentação em Powerpoint já explorada em contexto de sala de aula e publicada na minha página de recursos, intitulada O - O império Português e a Concorrência Internacional.

E ainda com alguns vídeos de apoio que não devem perder.

O Império Português no século XVIII



O Domínio Filipino e a Restauração


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Blogs do Ano 2012 - Aventar


História 3º Ciclo - 1º Lugar na Categoria História
Concurso Blogs do Ano 2012
Anabela Magalhães - 3º Lugar na Categoria Actualidade Política
Concurso Blogs do Ano 2012
Anabela Magalhães - 3º Lugar na Categoria Educação
Concurso Blogs do Ano 2012

Blogs do Ano 2012 - Aventar

É com muito orgulho que dou conta, aos meus leitores, do resultado final da minha participação no concurso nacional "Blogs do Ano 2012" promovido pelo Aventar. De notar que este ano concorreram mais de 800 blogs.
Este meu História 3º Ciclo... bom... depois de muito sofrimento e emoção a acompanhar as votações dentro de uma camioneta que percorria Lisboa - Amarante, depois de mais uma manifestação de professores, foi com especial orgulho que o vi alcançar, mais uma vez, o 1º lugar... muito embora o ano passado ele se chamasse História 7º Ano.
Resta-me agradecer a todos quantos acreditaram e acreditam no meu trabalho e nele votaram - leitores conhecidos e desconhecidos, ex-alunos, alunos, amigos, familiares, professores... milhões de agradecimentos...
Uma palavra final, sentida, para o Eugénio Mourão, que, doente, ocupou o lugar na minha atalaia durante todo o dia de ontem e defendeu-o com unhas e dentes.

Quanto ao meu homónimo, informo-vos que alcançou o 3º lugar em duas categorias - Actualidade Política Blog Individual e Educação.
Relembro que no concurso de 2011 o meu Anabela Magalhães ficou em 5º lugar... melhoria portanto de posição de um ano para o outro.
E para o ano há mais...

Milhões de agradecimentos a todos... especialmente aos meus alunos sem os quais este trabalho não existiria...

Nota - Post quase integralmente copiado do meu Anabela Magalhães porque estou sem tempo para mais, afogada em correções de testes e portefólios...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Final - Blogues 2012 - Aventar


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Final - Blogues 2012 - Aventar

Informo os meus estimados leitores que este blogue foi apurado para a final do concurso nacional de blogues que visa apurar os melhores blogues, em língua portuguesa de Portugal, do ano de 2012 e que esta decorre até ao próximo sábado. Por isso ainda podem votar aqui, se são apreciadores deste trabalho que desenvolvo, uma vez ao dia, por IP, por categoria. Não tem que saber - procurem a categoria História e votem no blogue História 3º Ciclo.
Se entenderem votar no meu outro blogue, chamado Anabela Magalhães, também o poderão fazer nas categorias Actualidade Política Blog Individual e Educação.
Grata pela vossa colaboração.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

13ª Aula - Protestantismo, Reforma e Contra Reforma

13ª Aula - Protestantismo, Reforma e Contra Reforma

Sumário: A crise na Igreja. Contestação e rutura. O Luteranismo, o Calvinismo e o Anglicanismo. A reforma católica e a contra-reforma.

Chegados ao século XV, vamos encontrar uma igreja católica muito afastada dos princípios pregados por Jesus Cristo e pelos primeiros apóstolos, norteadores do Cristianismo primitivo. Ao longo dos séculos a Igreja acumulara riquezas incomensuráveis e um poder incrível e muitos membros da Igreja viviam mais preocupados com a vida terrena do que com a vida espiritual, rodeados de luxo e ostentação, envolvidos em casos de corrupção e promiscuidade que se traduziam em compras e vendas de cargos, para além do analfabetismo ainda existente no baixo clero. Para complicar ainda mais a situação da Igreja, não se esqueçam que entre 1378 a 1417 temos o Grande Cisma do Ocidente, período em que coexistiram dois papas.
Erasmo de Roterdão escreveu, entre outras, uma obra muito importante chamada "O elogio da loucura" em que teceu fortes críticas à Igreja católica e apelou à reforma da igreja, mas sem êxito.
Em 1515, o papa Leão X, precisando de dinheiro para terminar a basílica de S. Pedro, fez a Bula das Indulgências em que trocava o perdão dos pecados por contribuições pecuniárias dos crentes, para a mais importante construção da cristandade - a basílica de S. Pedro, em Roma.
Em 1517, Martinho Lutero publicou as "Noventa e cinco teses contra as indulgências". Leão X reagiu, redigindo uma bula em que ameaça Martinho Lutero de excomunhão. Martinho Lutero queima-a publicamente num gesto de desafio à autoridade papal
A Igreja mostrava-se incapaz de se reformar e Martinho Lutero, protegido por importantes príncipes alemães, fundou uma nova religião, protestante, porque dos que protestam, chamada Luteranismo, com princípios um pouco diferentes dos católicos. Para os luteranos a salvação eterna conquista-se unicamente pela fé, e não pelas obras e conquista-se sem a intervenção do clero. Os luteranos têm apenas um livro sagrado que é a Bíblia e só mantêm dois sacramentos - batismo e comunhão, para além de reduzirem a culto a Deus.
O Calvinismo surge com João Calvino em 1536 e esta nova religião protestante defendia que só obtinha a salvação quem estava predestinado por Deus para essa mesma salvação.
Em 1543, em Inglaterra, Henrique VIII funda a religião anglicana da qual é o seu chefe supremo, mas mantendo o cerimonial e a hierarquia católica.
Em 1545 tem início o Concílio de Trento que procura reformar a igreja por dentro. Confirma que a salvação da alma advém da fé e das obras. Mantém que as fontes continuam a ser a Bíblia e as tradições da Igreja. Mantém os sete sacramentos: batismo, crisma, eucaristia, reconciliação, unção aos enfermos, ordem e matrimónio. Continua a defender os grandes cerimoniais como forma de impressionar os crentes mas determina a criação de seminários com vista a uma melhor preparação dos seus membros.
A Contra-Reforma procurou suster as ideias protestantes´o que foi tentado por vários meios.
A Companhia de Jesus foi fundada em 1540 por Inácio de Loiola e a ação dos jesuítas fez-se sentir em todo o mundo conhecido. De notar que os jesuítas desempenharam um importantíssimo papel no Brasil, na evangelização e cristianização dos indígenas mas eram opositores do espírito crítico, ministrando um saber escolástico, o que contribuiu para o atraso verificado na Península Ibérica.
A Inquisição era um tribunal que julgava crimes relacionados com a religião, heresias e outros cultos que não o católico. Este tribunal perseguia, julgava e condenava os suspeitos de práticas não conformes com as práticas católicas. Muito ativo em Espanha a partir de 1478 e em Portugal a partir de 1536 os judeus vão ser um alvo preferencial, muitas vezes condenados à morte pelo fogo, queimados vivos na praça pública.
Em 1492 os reis católicos expulsaram os judeus de Espanha e em 1496 o nosso rei D. Manuel segue-lhes os passos.
A expulsão dos judeus contribui, também, para o atraso de Portugal e de Espanha.
A Igreja Católica cria o Índex que era uma lista de livros proibidos e dela faziam parte todos os livros que divulgassem conteúdos contrários aos ensinamentos da Igreja Católica que deveriam ser queimados.

A apresentação em PowerPoint está na minha página de recursos com o nome N - A Reforma Protestante. Não deixem de a consultar.

E não deixem de ver os dois vídeos sobre este período da História da Humanidade que selecionei para vocês.




domingo, 20 de janeiro de 2013

Concurso Blogues do Ano de 2012 - Aventar


Recorte surripiado aqui.

Concurso Blogues do Ano de 2012 - Aventar

A primeira fase, para apuramento dos cinco blogues finalistas em cada uma das categorias a concurso, está terminada e os resultados apurados.
Nas quatro categorias a que me apresentei a concurso, com os meus dois queridos blogues, o meu homónimo e este meu História 3º Ciclo, os resultados apurados foram os seguintes:

Actualidade Política Blogue Individual - Anabela Magalhães - 1º Lugar com 381 votos

Blogger do Ano - Anabela Magalhães - 11º lugar com 298 votos

Educação - Anabela Magalhães - 4º Lugar com 285 votos

História - História 3º Ciclo - 2º Lugar com 234 votos

Assim sendo, informo os meus leitores que estou na final em três categorias:

Actualidade Política e Educação - com o meu Anabela Magalhães

História - com o meu História 3º Ciclo

Segue-se a grande final que começará pelas 0 horas e um minuto de 2ª feira e que terminará pelas 24 horas de 6ª feira.
O período de votação será agora muito curto, apenas 5 dias, e informo que todos os votantes podem votar de 24 em 24 horas por IP.
Resta-me agradecer a todos quantos votaram nesta primeira fase eliminatória e agradecer desde já a todos quantos votarem no meus blogues nesta recta final prestes a começar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

12ª Aula - O Manuelino

12ª Aula - O Manuelino

Sumário: O Manuelino. Características: estrutura e elementos decorativos.


O Manuelino nasceu durante o reinado de D. João II, no mosteiro de Sta. Maria da Vitória, mais conhecido com o nome de mosteiro da Batalha, mas vai ser durante o reinado do seu sucessor, D. Manuel I, que este estilo se vai desenvolver e consolidar com repercussões na arquitetura, escultura e arte móvel.
Como sabemos, é durante o reinado de D. Manuel que vai ser cumprido o sonho de D. João II de chegar à Índia por mar, feito realizado por Vasco da Gama, em 1498. É ainda neste reinado que, dois anos depois, é descoberto o Brasil. Estes dois acontecimentos marcaram para sempre este reinado e a epopeia dos descobrimentos e da aventura marítima vão refletir-se num estilo de arte especificamente português, chamado Manuelino, derivado do nome Manuel.
Estruturalmente, a arquitetura manuelina é gótica mas com uma profusa e original decoração que recorre a elementos decorativos marítimos, essencialmente, como sejam conchas, bóias, cordasbarcos, corais, algas, redes, instrumentos de navegação, plantas e animais exóticos, seres fantásticos, pinhas e ainda as armas de D. Manuel, a Cruz de Cristo e a esfera armilar, divisa dada por D. João II a D. Manuel.
Os principais edifícios manuelinos são a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e o Convento de Cristo, em Tomar.

Esta aula já está publicada na minha página de recursos, com o nome M - O Manuelino onde podeis, e deveis, consultá-la.

Depois não percam a visita virtual ao Mosteiro dos Jerónimos e o excelente vídeo sobre o mesmo tema, produzido pelo IGESPAR

Para visitar a Torre de Belém, clica aqui e deixa-te ir... vai valer a pena...

E para visitar o Convento de Cristo, em Tomar, clica aqui.

Não percam esta oportunidade de viajar sem sair de casa... quanto eu daria para usufruir desta tecnologia quando tinha a vossa idade...

11ª Aula - A Arte no Renascimento

11ª Aula - A Arte no Renascimento

Sumário: A arte do Renascimento: arquitetura, pintura, escultura. Características e principais autores.

A arquitetura do Renascimento nasceu em Itália, mais concretamente durante a construção da catedral de Santa Maria da Flor, com o arquiteto Brunelleschi, autor da sua magnífica cúpula. Não sendo uma cópia da arquitetura greco-latina, a verdade é que dela transparece uma óbvia inspiração clássica traduzida na utilização de elementos arquitetónicos clássicos como frontões triangulares ou semi-circulares, colunas com capitéis dóricos, jónicos e coríntios, abóbadas de berço, arcos de volta perfeita, cúpulas. Daí podermos apontar, como uma das grandes características da arquitetura do Renascimento, o classicismo, para além da sobriedade, da harmonia, da racionalidade, da horizontalidade e da simetria.
Para além dos elementos arquitetónicos clássicos, os arquitetos renascentistas usaram ainda os frisos, as cornijas, as balaustradas, os óculos, as aletas, as pilastras e as nervuras.
Quanto aos motivos decorativos, são inspirados na natureza, na religião e na mitologia antiga.
Foram grandes arquitetos do Renascimento Brunelleschi, Bramante, Alberti, Vasari, e Miguel Ângelo.

A pintura do Renascimento tem como principais características o realismo, a harmonia, o naturalismo,  o equilíbrio na composição com a utilização das composições geométricas, frequentemente em triângulo. Os pintores do Renascimento libertaram a pintura da arquitetura, que passa a valer por si e a ter existência e importância próprias, surgem novas técnicas como a pintura a óleo sobre tela, a técnica do sfumato e a perspetiva.
A temática continua a ser religiosa, mas também mitologia grega, cenas do quotidiano e reaparece o retrato.
Os principais pintores italianos foram Botticelli, Ticiano, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo e Rafael, na Flandres destacaram-se Bruegel e Bosch, na Alemanha Durer e Holbein e, na Espanha, El Greco.
Quanto à escultura, e tal como para a pintura, esta caracteriza-se pelo realismo, harmonia, naturalismo e o grande domínio dos materiais por parte dos escultores. As composições são igualmente geométricas, frequentemente em triângulo e também aqui há a libertação da escultura relativamente à arquitetura.
A temática também é religiosa, usa a mitologia clássica e o Homem: retratos, estátuas de corpo inteiro, bustos, estátuas equestres, nus.
Alguns dos maiores escultores deste período foram Ghiberti, Donatello, Verrochio e Miguel Ângelo.

A apresentação em PowerPoint, já explorada em contexto de sala de aula, pode ser visionada na minha página de recursos pedagógicos, intitulada L - A arte do Renascimento.

E agora deixo-vos com um vídeo, em português, sobre o grande Leonardo da Vinci.



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Blogues do Ano - Votações Abertas - Dia 2

 
 
Blogues do Ano - Votações Abertas - Dia 2

Como por certo saberão os leitores deste blogue, este História 3º Ciclo, que o ano passado tinha o nome de História 7 e que ficou em primeiro lugar no concurso de Blogues realizado pelo Aventar, está de novo a concurso para eleger o melhor blogue de História do ano de 2012.
Se assim o entenderem, podem votar no meu História 3º Ciclo, inscrito na categoria História, clicando aqui.
Agradecida desde já pelo apoio...

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Happy New Year

Happy New Year

É o que desejo a todos quantos por aqui passarem - alunos, ex-alunos, familiares, amigos... gente conhecida e desconhecida...


10ª Aula - O Renascimento

10ª Aula - O Renascimento

Sumário: O Renascimento e a formação da mentalidade moderna. A invenção da imprensa e a difusão do Renascimento.

O termo "renascimento" significa voltar a nascer e é empregue para a história da Europa de finais do século XIV a finais do século XVI, período a que se assistiu a um renascer da cultura clássica, grega e romana. Durante este período o homem descobre-se e ganha confiança em si próprio - individualismo -, valoriza-se - humanismo - descobre o mundo que o rodeia e coloca-se no centro das suas preocupações - antropocentrismo - que substitui uma visão em que Deus assume o papel preponderante, Deus é o centro das preocupações do homem e tudo explica - teocentrismo.
O Renascimento tem o seu início em Florença, Itália, o que se explica por uma série de razões: por um lado, a existência de inúmeros vestígios das culturas clássicas greco-romana por toda a península Itálica, por outro lado as cidades-estado, muitos ricas e poderosas, rivalizavam entre si no sentido de se embelezarem e engrandecerem através das obras dos melhores artistas, o que foi muito feito através da política de mecenato praticada por famílias importantíssimas como os Médicis em Florença, os Sforza em Milão e os papas Júlio II e Leão X em Roma que financiaram as produções artísticas e os artistas deste período. De Itália - Florença, Génova, Roma, Milão e Roma - expandiu-se para a Flandres, França, Inglaterra, Espanha, Portugal. A sua rápida propagação ficou a dever-se ao surgimento da imprensa, em meados do século XV, inventada por Gutemberg, mas também devido ao papel desempenhado por escolas e universidades na divulgação dos novos valores e mentalidade e também devido às viagens e à troca de correspondência entre os humanistas do Renascimento.
O Renascimento refletiu-se na mentalidade, na literatura, na arquitetura, na pintura, na escultura e várias ciências desenvolveram-se muitíssimo como foi o caso da geografia, zoologia, botânica, astronomia, matemática e da medicina, fruto da necessidade sentida pelo homem renascentista de se conhecer a si próprio, de conhecer o mundo que o rodeava - naturalismo -, fruto do surgimento do espírito crítico, da necessidade sentida pelo homem de tudo explicar através da razão - racionalismo- e não através da religião, de Deus. De notar que o homem do Renascimento continua a ser religioso mas já sem colocar Deus no centro das suas preocupações pois no centro das suas preocupações está o próprio Homem.

Como sempre, podem consultar a minha apresentação em PowerPoint, já explorada em contexto de sala de aula, na minha página de recursos pedagógicos, com o nome J - O Renascimento.
E podem ver os vídeos por mim seleccionados a partir dos muitos existentes no Youtube sobre a temática Renascimento.




segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal

 
Cabo da Boa Esperança - África do Sul
Fotografia de Eugénio Queiroz
 
Feliz Natal

Desejo um Feliz Natal a todos quantos por aqui passarem.
Fiquem muito bem!
E deixo beijinhos muito especiais a todos os meus alunos... até um dia destes...

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

9ª Aula - O Comércio à Escala Mundial

9ª Aula - O Comércio à Escala Mundial

Sumário: O comércio à escala mundial. As novas rotas do comércio intercontinental. A circulação de produtos e pessoas.

Como sabeis, a matéria desta aula é a última que sairá no próximo teste de avaliação. Assim sendo, tereis quatro apresentações em PowerPoint, da F à I que correspondem, no vosso manual, à matéria da página 36 à 46. Como veem, a matéria não é muita por isso aproveitem para estudar tudo de fio a pavio, para conseguirem alcançar os melhores resultados possíveis. Qualquer dúvida... sabeis bem onde me encontrar...

E agora vamos lá à aula... mais uma vez... agora por aqui.

Como estais lembrados, iniciámos a aula pela exploração do primeiro ponto do sumário "O comércio à escala mundial", que surge somente em consequência da expansão portuguesa e espanhola, decorrente dos descobrimentos de terras, algumas completamente desconhecidas até então como foi o caso da América e da abertura das rotas do Atlântico que ligavam a Europa ao continente americano, outras rotas foram criadas e ligaram continentes nunca antes ligados por mar, caso da abertura da Rota do Cabo que finalmente ligou Portugal à Índia e ainda de rotas do extremo oriente e, no Pacífico, convém não esquecer a Rota de Manila.
O mundo ficou irremediavelmente ligado por laços comerciais que aproximaram continentes e terras distantes, muitos deles(as) desconhecidos(as), levando e trazendo plantas e animais que vão sendo introduzidos, alguns com muito êxito, por vezes em paragens muito diferentes das originais.
No século XVI, as cidades de Lisboa e Sevilha são importantes centros de comércio, muito cosmopolitas poderosas. Outro pólo importante de comércio era a Flandres e entre 1499 e 1548 Portugal teve uma importante feitoria na cidade de Antuérpia já que era a partir desta cidade, também poderosa e rica, que os artigos provindos da Europa do sul eram distribuídos para a Europa do norte e do centro.
A Europa passou a explorar o mundo e a lucrar com este comércio. Do continente americano chegava o ouro, a prata, a batata, o ananás, o milho, o pimento, o tomate, os animais exóticos, o cacau... da Ásia chegavam as especiarias, os tecidos, o chá, os móveis, as pérolas... de África partem os escravos negros com destino ao continente americano, para as plantações e engenhos de açúcar e para a Europa, e ainda o marfim, o ouro, a malagueta. Em África e na Ásia estabeleceram-se feitorias, colonizou-se e explorou-se o continente americano.
Com este movimento expansionista, as rotas comerciais, anteriormente dominadas pelos muçulmanos e comerciantes das cidades estado italianas, entraram em decadência e o comércio deixou de ser dominado por cidades e passou a ser dominado por nações, que se tornam poderosíssimas. As rotas comerciais ligaram, pela primeira vez, quatro continentes - Europa, Ásia, África e América -enriquecendo a burguesia europeia e o centro do comércio deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico. Os escravos negros chegavam em grande numero ao continente americano e os índios foram, em grande parte, exterminados devido à ocupação espanhola, muito rápida devido ao uso das armas de fogo e dos cavalos e também muito violenta, e até devido à gripe, cujo vírus era inexistente até os europeus chegarem a este continente. Fernando Cortez foi o conquistador que conquistou o império asteca, entre 1519 e 1521. Os astecas eram politeístas e excelentes escultores, ourives e conheciam a metalurgia do bronze. Os Maias foram importantes construtores de pirâmides, eram politeístas e tinham grandes conhecimentos de matemática e astronomiaFrancisco Pizarro, entre 1531 e 1533, aniquilou o império Inca, mergulhado, à época numa violenta e sangrenta guerra civil. Os incas eram igualmente politeístas, não conheciam a escrita, eram construtores de cidades, excelentes ourives, tinham conhecimentos de matemática e de medicina.
Destas deslocações de população e contactos ou cruzamentos entre povos tão diversos resultou a miscigenação, a mistura entre eles e a aculturação dos povos indígenas já que a cultura europeia, mais forte, se impôs um pouco por todo o mundo em detrimento de outras culturas locais.

A apresentação ao PowerPoint desta aula pode ser consultada na minha página de recursos com o nome I - O comércio à escala mundial.

Deixo-vos também um excelente documentário da BBC sobre a escravatura no Brasil.
E deixo-vos um link de uma fotografia muito especial, de Machu Picchu, aqui. Explorem a fotografia. Sintam-se lá... também se viaja por aqui...


terça-feira, 20 de novembro de 2012

8ª Aula - O Achamento do Brasil

8ª Aula - O Achamento do Brasil

Sumário: O achamento do Brasil. A exploração inicial. O sistema de capitanias. O governo geral.

Meus queridos alunos,

como já sabemos, depois da descoberta do caminho marítimo para a Índia, o nosso rei D. Manuel I organizou uma poderosa armada, composta por 13 embarcações, para instalar uma feitoria em Calecute. A armada, comandada por Pedro Álvares Cabral, saiu de Lisboa a 9 de março de 1500 e no dia 22 de abril avistaram terra batizando-a de Terras de Vera Cruz. Desembarcaram em Porto Seguro, no atual estado da Bahia, onde permaneceram uns dias, contactando, pela primeira vez, com os índios Tupis. Pêro Vaz de Caminha retrata estes dias muito pormenorizadamente na sua carta/diário de bordo. Aqui foi rezada a primeira missa, a 26 de abril de 1500, posteriormente uma embarcação regressou a Lisboa para dar a boa nova ao rei D. Manuel e a restante frota levantou âncora em direção à Índia deixando em solo brasileiro dois condenados e dois grumetes, estes últimos fugidos durante a noite, desconhecendo-se o que lhes aconteceu. No Cabo da Boa Esperança, a armada lutou contra uma violenta tempestade tendo-se perdido quatro navios, entre os quais a embarcação comandada por Bartolomeu Dias que assim perdeu a vida no cabo por si dobrado doze anos antes. Em 1501 regressaram a Lisboa seis navios carregados de riquezas.
Em 1502, D. Manuel alugou esta terra, por 4 mil cruzados, a um grupo de cristão-novos liderados por Fernão de Noronha que tinham por obrigação explorarem 300 léguas de costa ao ano e por sua vez tinham o direito de a explorar economicamente. Exploraram os animais exóticos, catatuas, macacos, peles e, principalmente o pau-brasil, tão abundante que daria nome ao novo território sobrepondo-se ao original.
A partir de 1530, já com D. João III, o interesse pelo Brasil intensifica-se devido à decadência do comércio com o oriente e em 1534 o rei divide o território em 15 capitanias atribuídas a doze capitães-donatários que, em troca do pagamento de impostos e da obrigação de explorar e povoar o território, detêm o poder judicial e administrativo sobre o mesmo e exploram-no economicamente.
O sistema de capitanias não vigora muitos anos devido a problemas diversos, nomeadamente pelas desigualdades de poderes e riquezas entre os vários capitais donatários, os ataques de piratas franceses e os ataques dos ameríndios e em 1549, D. João III aboliu o sistema de capitanias e nomeou um governo-geral para o Brasil que se pretende mais eficaz e nomeia Tomé de Souza como primeiro governador geral do Brasil. Viajou com trezentos colonostrezentos soldadosquatrocentos degredados e seis padres jesuítas. A ele se deve a fundação da cidade de S. Salvador da Bahia que foi, até 1763, a capital do Brasil.
A partir de meados do século XVI, a exploração do açúcar intensificou-se traduzindo-se em extensas plantações de cana-de-açúcar onde o trabalho era escravo, predominantemente negro, de negros adquiridos pelo portugueses no continente africano e vendidos no Brasil aos fazendeiros donos das plantações e dos engenhos de açúcar. Entre o século XVI e XVII o açúcar foi o principal produto exportado pelo Brasil.
Os jesuítas desempenharam um importantíssimo papel na organização, no povoamento do Brasil, na alfabetização, na cristianização e na proteção dos índios brasileiros.
A partir do século XVII, devemos um cada vez maior conhecimento do Brasil aos bandeirantes que, penetrando para o interior do território à procura de índios para escravizar e de metais preciosos como o ouro, contribuíram para o conhecimento deste território vastíssimo, que hoje constitui um país independente, chamado Brasil.

Deixo-vos a apresentação em PowerPoint que já explorámos em contexto de sala de aula e que podem consultar na minha página de recursos com o nome H - O Achamento do Brasil.

Deixo-vos ainda os vídeos já selecionados do Youtube sobre a descoberta do Brasil...






... e uma adaptação, muito bonita, da Carta de Pêro Vaz de Caminha.



... e ainda sobre a exploração do Brasil









Estudem. Não se descuidem! Dentro em breve teremos de novo teste de avaliação.

domingo, 18 de novembro de 2012

7ª Aula - A Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia

7ª Aula - A Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia

Sumário: A descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama. O governo dos vice reis e o império português do Oriente.

Estão lembrados que iniciámos a aula relembrando que os portugueses visavam, com a abertura do caminho marítimo para a Índia, o enfraquecimento do poder muçulmano, porque detentor das rotas terrestres que atravessavam a Ásia e que colocava os produtos de luxo vindos do Oriente no Mediterrâneo, ao mesmo tempo os portugueses propunham-se trazer esses mesmo produtos, principalmente as tão cobiçadas especiarias, para a Europa, diretamente por mar, através de uma rota que ligasse o Atlântico ao Índico.
No dia 8 de Julho de 1497, saiu do Restelo uma armada composta por duas naus, uma caravela e um barco de mantimentos. Depois de fazerem escala nas Canárias, em Cabo Verde, na ilha de Santa Helena, passaram o cabo da Boa Esperança e navegaram no Índico, passando por Moçambique, Mombaça e Melinde. Aqui embarcaram um piloto experimentado na navegação no Índico que os guiou até Calecute, na Índia, cidade onde os portugueses desembarcaram em 28 de Maio de 1498, cidade que se revelaria muito cosmopolita e muito movimentada em pessoas e mercadorias, tais como pérolas, sedas, especiarias, porcelanas finas e pedras preciosas. Em Agosto de 1499 os primeiros sobreviventes começaram a chegar a Lisboa, cumprindo uma dura missão - estava finalmente aberta a Rota do Cabo cumprindo-se o sonho de D. João II, de chegar à Índia por mar.
Estas viagens, muito demoradas, eram complicadas de realizar devido à falta de condições de higiene a bordo e à carência de alimentos e de água potável que muitas vezes se fazia sentir. Doenças como o tifo, a tuberculose e o escorbuto, atacavam as tripulações e dizimavam-nas para além destes marinheiros terem de enfrentar as tempestades mais violentas para, não raro, encontrarem sepultura no mar.
Em 1503 foi construída a Casa da Índia, em Lisboa, onde vão passar a chegar os produtos do oriente, tão cobiçados na Europa.
Em 1505 D. Francisco de Almeida vai para a Índia como primeiro vice rei. Defende uma política de domínio no oceano Índico e para isso vai organizar uma poderosa armada que se vai impor neste oceano. Em 1509, D. Afonso de Albuquerque, o segundo vice rei, vai implementar uma política de conquista de praças em terra. Conquista Goa, na Índia, em 1510, Malaca, na península da Malásia, em 1511 e Ormuz, à entrada do Golfo Pérsico, em 1515. Goa vai transformar-se na capital do império português do oriente.
Até 1570, o comércio, realizado através da rota do Cabo, foi monopólio da coroa portuguesa e, durante um século, as riquezas vindas do oriente alimentaram os luxos da coroa e do reino, transformando Portugal numa poderosa nação mercantil, apoiada numa vasta rede de fortalezas e feitorias. Até 1525, Portugal foi mesmo a mais poderosa nação mercantil do mundo.
A política oficial incentivava os portugueses a misturarem-se com as indianas promovendo, deste modo, a miscigenação entre populações de dois continentes tão diferentes e diversos.
Os missionários desempenharam um importante papel na cristianização das populações locais, aqui mais resistentes à mensagem do cristianismo devido às grandes e poderosas religiões professadas como o hinduísmo, o budismo e o islamismo já bem implantados entre os habitantes desta parte do continente asiático. A partir de 1541 os Jesuítas desempenharam um importantíssimo papel, tendo-se destacado, na sua ação evangelizadora, S. Francisco Xavier.

A apresentação em PowerPoint, já explorada em contexto de sala de aula, encontra-se na minha página de recursos com o nome G - A descoberta do caminho marítimo para a Índia. Podem e devem consultá-la.

Deixo-vos, entretanto, um pequeno vídeo, em inglês para vocês o treinarem, sobre a vida e obra de Vasco da Gama, este intrépido navegador que mudou o curso da história.



Deixo-vos também dois episódios das antigas aulas da Telescola, da série Portugal no Tempo das Descobertas, sobre a viagem de Vasco da Gama para a Índia, sobre a descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral e sobre a exploração de África, Índia e Brasil.