Todo o trabalho partilhado neste blogue pode ser visionado, consultado e utilizado, mas, por favor, não apague os créditos de um trabalho que é meu. E não plagie. O plágio é uma prática muito feia. Se entender contactar-me o meu e-mail é anabelapmatias@gmail.com
Agradeço aos autores dos vídeos a sua partilha, generosa, no Youtube. Sem esta partilha, as minhas postagens ficariam mais pobres.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Informação Pertinente

Informação Pertinente

Meus queridos alunos,

na última aula informei-vos que enviaria um pedido de trabalho para vocês prepararem em casa sobre a matéria que nos resta para cumprirmos o programa a que estamos obrigados pelo MEC.
Entretanto, resolvi mudar os planos... temos as Festas do Junho à porta, a começarem hoje mesmo, pensei melhor, está muito calor, vós devereis já estar a acusar algum cansaço neste final de ano letivo e então tudo se processará assim: nas turmas onde ainda não abordamos a cultura e a arte na Idade Média vamos explorar estas temáticas na próxima aula e sobre o Românico e o Gótico faremos um exercício comparativo entre os dois estilos, bastante interessante, até porque será de construção coletiva e toda a turma poderá contribuir para o resultado final.
Entretanto não se espantem se eu não conseguir entregar os testes corrigidos na próxima aula... é que ando às voltas com a correção dos vossos portefólios e o tempo não me chega para tudo.
Mas é certo que ainda me chegou para fazer umas pesquisas no Youtube sobre o Românico e o Gótico que partilho de imediato com vocês.

Este primeiro vídeo faz um interessante enquadramento na Idade Média, época em que surgiu o Românico, a partir do século XI. Vejam-no com atenção.



E este vídeo é mais específico sobre este estilo artístico tão belo e que abunda aqui por Amarante e arredores... não se esqueçam de Travanca, Jazente, Telões, Gondar...



E, por último, partilho um vídeo que enquadra o Gótico na fase final da Idade Média, de renascimento económico e de renascimento das cidades e de surgimento da burguesia. Não deixem de o observar. Chamo só a vossa atenção para a palavra arbotantes em castelhano que se traduz em arcobotantes em português.
Falaremos de tudo isto na próxima aula.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Portefólio

Separador Digitalizado de Portefólio de Aluno Muito Criativo

Apresentação

Chamo-me (...), nasci na maternidade Júlio Dinis, no Porto, no dia 9 de Março de 1999, no mesmo dia do meu avô materno, tenho 12 anos.
(...)

Os meus interesses

Gosto de ler todo o tipo de livros, exceto romances; de ouvir alguém que fale bem, de tocar e de ouvir tocar piano; de fazer natação; embora não o faça muito frequentemente para fora de Portugal, gosto de viajar; gosto de ouvir falar e de falar inglês; da pronúncia britânica, de roxo; da minha família, dos meus amigos, de guardar qualquer coisa desde que seja bonita embora não tenha nenhuma utilidade; de estudar; de cantar; ver programas sobre moda e decoração e tenho uma obsessão por Nova York.

Não gosto no geral dos programas televisivos portugueses; odeio quando as pessoas insistem comigo numa coisa quando sei que tenho razão; não gosto de limpar a loiça, embora goste de a lavar; detesto pessoas mentirosas, falsas e injustas.

Portefólios


Separador Digitalizado de Portefólio de Aluno Muito Criativo

Portefólios

A minha apresentação

Chamo-me (...) , tenho 12 anos e sou natural de Amarante, S. Gonçalo. (...)
Tenho um irmão que se chama ... e tem sete anos. Gosto de ler, passear com a família, tocar violino, brincar com o meu irmão, gosto de informática. Mas se há uma coisa que gosto mesmo é da escola. Adoro aprender e estar com os meus amigos e professores que se tornaram uma grande parte da minha vida. As minhas disciplinas preferidas são: Inglês, Português e Educação Física. Sou boa aluna. Sou aplicada e organizada e procuro sempre obter sucesso em tudo o que faço. (...)

Objetivos a alcançar na disciplina de História

Embora não seja a minha preferida, acho a disciplina de história muito interessante pois permite-nos conhecer factos passados e sua importância. Os meus objetivos a alcançar na disciplina de História são saber sempre mais sobre a mesma e vou dar o meu melhor para que isso aconteça.

Portefólios

Separador Digitalizado de Portefólio de Aluno Muito Criativo

Portefólios

Objetivos  a alcançar na disciplina de História

"Na disciplina de História eu quero alcançar o "pico" da montanha dando sempre o meu melhor e nunca desistindo, gosto de História e interesso-me por ela.
Espero chegar ao fim do ano letivo e conseguir: pesquisar, selecionar, comparar e interpretar as fontes históricas de forma a conhecer os acontecimentos históricos dos mesmos; compreender esses mesmos acontecimentos situando-os no tempo e no espaço, relacionando-os com outros acontecimentos; comunicar utilizando o vocabulário específico da disciplina, quer seja na comunicação escrita, quer seja na oral.
Gostaria de chegar ao fim da caminhada e dizer "Ufa! Cheguei ao fim e fiz o meu trabalho e função!"

domingo, 27 de maio de 2012

29ª Aula - O desenvolvimento económico nos séculos XII e XIII e o fortalecimento do poder real

29ª Aula - O desenvolvimento económico nos séculos XII e XIII e o fortalecimento do poder real

Sumário: O desenvolvimento económico nos séculos XII e XIII e o fortalecimento do poder real.

A partir do século XI acabaram as invasões no continente europeu e a insegurança e a violência recuaram. Também se verificou neste período uma melhoria climática generalizada, com consequências positivas no aumento das produções agrícolas em quantidade e qualidade, a população europeia aumentou quase para o dobro, de 42 para 73 milhões de habitantes e Portugal não escapou a esta tendência pois passámos de 400 mil para cerca de 1 milhão de habitantes.
Foi então necessário arrotear novas terras e prepará-las para o cultivo e um pouco por toda a Europa desbravaram-se florestas e matas, drenaram-se pântanos, estendendo a terra produtiva para fazer face ao aumento populacional. O aumento da produção agrícola ficou também a dever-se a um cada vez mais generalizado uso de ferro nas alfaias agrícolas o que torna o trabalho da terra mais eficaz, à substituição progressiva do afolhamento bienal pelo afolhamento trienal o que aumenta a quantidade de terra cultivada, ao aumento das cabeças de gado e, consequentemente ao aumento da quantidade de estrumes disponíveis, ao uso da ferradura, do jugo nos bois e da coelheira nos cavalos o que faz com que o trabalho animal seja mais rentável, seja ele traduzido em trabalho de auxílio ao camponês na agricultura, seja ele nos transportes de mercadorias excedentárias que é necessário transportar para comercializar.
O comércio reanima-se um pouco por todo o lado e faz-se por terra, voltam a construir-se estradas e pontes, mas, essencialmente, faz-se usando as vias fluviais, rios, e marítimas por ser mais económico e seguro. Surge a vela latina, o leme à popa, os árabes introduzem a bússola, o astrolábio, surgem as cartas-portulanos que não são mais do que os mapas da época com informações preciosas para os navegadores. Fazem-se obras de melhoramento dos portos, nos molhes e nos cais.
As cidades desenvolvem-se, surgem burgos novos, ou seja cidades novas, os antigos núcleos medievais extravasam para o exterior das muralhas. Surgem os burgueses, gente do povo muito dinâmica que vais enriquecer devido ao comércio. Graças a esta reanimação do comércio devido ao aumento de produções e ao surgimento de excedentes, surgem os mercados e as feiras. As feiras eram instituídas pelos monarcas através das chamadas Cartas de Feira onde estavam estipuladas as condições ou regras de funcionamento da referida feira criada.
A economia voltou a ser monetária pois a moeda voltou a circular, surgiram os embriões dos bancos atuais e as letras de câmbio.
Os domínios senhoriais em Portugal, coutos se pertenciam ao clero, honras se pertenciam à nobrezacoexistiram com os concelhos. Os concelhos eram instituídos pelo rei através de uma Carta de Foral que regulava a vida dos seus habitantes e cujas regras procuravam atrair populações para zonas mais perigosas e despovoadas que era necessário, efetivamente, povoar. Tinham autonomia administrativa, eram administrados por Homens-Bons, ricos mercadores e proprietários rurais. Os concelhos escapavam à lógica do senhorio ou domínio senhorial onde o povo vivia esmagado pelo pagamento de impostos e trabalho.

D. Afonso Henriques morreu em 1185 e sucedeu-lhe o seu filho D. Sancho I, de cognome O Povoador, que prosseguiu a política expansionista e povoadora do seu pai. Em 1189 conquistou Silves com a ajuda dos cruzados da 3ª cruzada que se dirigiam para oriente, mas viria a perder posteriormente o domínio da cidade.
Sucedeu-lhe D. Afonso VII, O Gordo, sem vocação militar mas que mesmo assim prossegue a reconquista sendo a sua principal vitória a reconquista de Alcácer do Sal. No seu reinado fazem-se inquirições e confirmações no sentido de fortalecer o poder real. D. Sancho II sucedeu-lhe em 1223 e vai prosseguir a reconquista e o fortalecimento do poder real. Durante o seu reinado e com a ajuda da ordem de Santiago, reconquistou o Alentejo. Sucedeu-lhe o seu irmão, D. Afonso III, O Bolonhês, e é com este rei que a reconquista acaba em território português, com a conquista de Silves e Faro, em 1249.
As inquirições, confirmações e ainda as leis de desarmotização inserem-se numa lógica de fortalecimento do poder real ecom as inquirições o monarca inquire sobre a legitimidade da posse de determinados bens.
As confirmações visam a confirmação dos bens doados os senhores ou às povoações e as Leis de Desamortização visam impedir a concentração de terras na posse do clero.
Até ao século XIII existia um organismo, de aconselhamento do rei em matéria de governação, chamado Cúria Régia onde somente marcavam presença as duas ordens privilegiadas -Clero e Nobreza. Em 1254 reúne a Corte, nas Cortes de Leiria, pela primeira vez com a presença das três ordens - clero, nobreza e povo.

Como sempre podem consultar a apresentação em PowerPoint, sobre esta matéria, na minha página de recursos, com o nome X - O desenvolvimento económico nos séculos XII e XIII.
Esta aula é a última para o teste de avaliação. Não se esqueçam também que a matéria que vem para o teste inclui o Cristianismo.

Afogada em trabalho vário, hoje não terei tempo de pesquisar vídeos no youtube sobre esta aula... mas prometo-vos que farei isso logo que me seja possível.
Votos de excelente trabalho! E bem sabeis, qualquer dúvida que surja... estou por aqui, acessível à distância de um clique.

sábado, 19 de maio de 2012

28ª Aula - A reconquista cristã e a formação do Reino de Portugal

28ª Aula - A reconquista cristã e a formação do Reino de Portugal

Sumário: Ocupação muçulmana e reconquista cristã. Do Condado Portucalense à formação do Reino de Portugal. Formas de relacionamento entre os dois mundos - cristão e muçulmano.

Como vimos na aula anterior, a invasão da Península Ibérica, pelas tropas muçulmanas comandadas por Tarique, deu-se em 711. O primeiro confronto, vitorioso para os muçulmanos, aconteceu na Batalha de Guadalete, nesse mesmo ano. A progressão dos muçulmanos por terras peninsulares foi muito rápida, aproveitando divisões entre os visigodos. A esmagadora maioria dos habitantes não ofereceu grande resistência e em cerca de três anos a península ficou praticamente nas mãos dos ocupantes com exceção da região muito montanhosa das Astúrias, no norte, região onde se refugiou um grupo de cristãos visigodos que não se resignaram e não aceitaram a ocupação muçulmana e que, comandados por Pelágio, um nobre visigodo que foi o primeiro rei do primeiro reino cristão, o Reino das Astúrias, iniciaram, a partir daí, a resistência e a luta contra os invasores em 718. Em 722 deu-se a Batalha de Covadonga, ganha pelos exércitos cristãos e assim teve início um período da história peninsular conhecido por Reconquista Cristã, que foi muito lenta e feita de avanços e recuos. Outros núcleos de resistência formaram-se nos Pirenéus e na Catalunha.
Entretanto a reconquista prossegue e os reis cristãos recebem, frequentemente, a ajuda de nobres estrangeiros que vinham ajudar na luta contra o inimigo. Ao tempo de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, vieram dois nobres originários da Borgonha, atual França, que se destacaram na luta contra os muçulmanos e que o rei recompensou pelo auxílio prestado dando a um, D. Raimundo, a filha legítima, D. Urraca, em casamento e o governo da Galiza e a D. Henrique a mão de sua filha bastarda, D. Teresa, e o governo do Condado Portucalense com a possibilidade de reconquistar e anexar ao condado mais terras que reconquistasse para sul, política seguida pelo Conde D. Henrique que procurou aumentar o seu poder e a sua autonomia mas sem se libertar por completo dos laços de vassalagem devidos ao rei de Leão e Castela. Após a morte de D. Afonso VI ficou regente D. Urraca até o seu filho, o futuro rei D. Afonso VII, ter idade para assegurar a governação.
À morte de D. Henrique, quem assegurou a governação foi D. Teresa uma vez que D. Afonso Henriques era ainda muito pequeno. D. Teresa, tia de D. Afonso VII de Leão e Castela, e influenciada pela nobreza galega, nomeadamente uma família muito poderosa, os Peres de Trava, enceta uma polítca que não visa minimamente a independência do condado. Mas parte da nobreza portuguesa e o próprio D. Afonso Henriques aspiram à libertação e independência do reino e estas duas fações, com interesses antagónicos, confrontam-se na Batalha de S. Mamede, em 1128, saindo vitoriosas as tropas leais a D. Afonso Henriques, que, a partir desta data, passou a governar o Condado Portucalense. Segue-se um período de relacionamento difícil e em 1137 é assinada a Paz de Tui em que D. Afonso Henriques se compromete a manter "fidelidade e segurança" ao seu primo, D. Afonso VII. Em 1138 deu-se a Batalha de Ourique em que as tropas comandadas por D. Afonso Henriques saem vitoriosas. Foi uma vitoria importantíssima para o aumento do poder e do prestígio de D. Afonso Henriques que, no ano seguinte, 1140, se vai intitular Rex Portugallensis", ou seja, Rei de Portugal, independência só reconhecida por D. Afonso VII, em 1143, pelo Tratado de Zamora, e só em 1179, pelo papa Alexandre III, através da Bula Manifestis Probatum.
Entretanto a reconquista prosseguia para sul e, em 1147, D. Afonso Henriques, O Conquistador,
recupera duas importantíssimas cidades - Santarém e Lisboa. E continua para sul, ajudado também pelas ordens religiosas militares dos Templários, Hospitalários e de Santiago, muito embora as reconquistas feitas no Alentejo tenham sido posteriormente recuperadas pelos muçulmanos. Nos últimos anos do seu reinado, incentivou a efetiva ocupação de terras, promoveu o municipalismo e concedeu forais para atrair populações às terras despovoadas.
Após a morte de D. Afonso Henriques, em 1185, a reconquista prosseguiu com D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II e D. Afonso III  e foi com este rei que a reconquista acabou em território português, com a conquista de Silves e Faro, em 1249.
Em 1297 é assinado o Tratado de Alcanises, tratado que regula a fronteira entre Portugal e Castela e Portugal ganha, basicamente, os contornos fronteiriços que ainda hoje mantém.
A reconquista cristã só termina em 1492 do lado castelhano, com a reconquista do Reino de Granada.
A convivência entre muçulmanos e cristãos nem sempre foi violenta e pautou-se por longos períodos de relacionamento pacífico entre as duas comunidades, uma rural e senhorial e outra urbana e comercial. Aos cristãos, que permaneceram em terras ocupadas pelos muçulmanos, chamamos moçárabes, enquanto os cristãos que se convertem ao islamismo são os muladis. Os mouros são os muçulmanos que permaneceram em terras recém ocupadas pelos cristãos e que continuaram a professar o islamismo.
Os cristãos beneficiaram enormemente do avanço e sofisticação da civilização árabe. A eles lhes devemos a numeração que usamos na atualidade, a chamada numeração árabe, muitas palavras de origem árabe, a introdução de novas técnicas de aproveitamento de água e de rega, novas plantas, nomeadamente os citrinos, o desenvolvimento da química, medicina, geografia, ciência náutica, astronomia, tão importantes para a época dos descobrimentos, que estudaremos no próximo ano letivo.

A apresentação em PowerPoint explorada em contexto de sala de aula, intitulada V - A reconquista cristã e a formação do Reino de Portugal pode ser consultada aqui.

Sobre esta matéria vejam também o interessantíssimo mapa dinâmico, da Porto Editora, aqui.
E os três vídeos que selecionei para vocês e que vos poderão ajudar a consolidar a matéria.
Não facilitem. Invistam na História.






A agora partilho convosco um vídeo mais ligeiro sobre os nossos primórdios como Nação. Aproveitem e bom trabalho.

Conta-me História - Fundação de Portugal RTP1
Podes encontrar mais aqui https://www.facebook.com/PassadoDistanteArqueologia/videosPassado Distante - Arqueologia
Publicado por Passado Distante-Arqueologia em Domingo, 10 de janeiro de 2016

Aviso à Navegação

Aviso à Navegação

A última aula já está publicada na página de recursos e podem consultá-la em X - O desenvolvimento económico dos séculos XII e XIII.
Entretanto, vou ver se este fim de semana consigo pôr em ordem as aulas aqui no blogue...
Vão-se preparando para o teste de avaliação que já está aí à porta, não deixem o estudo para a véspera do teste e não deixem de me colocar as vossas dúvidas, por aqui ou por ali... o chat do facebook é mesmo extraordinário... eheheh...
Votos de excelente trabalho!

domingo, 13 de maio de 2012

Aviso à Navegação

Aviso à Navegação

Como alguns de vós já entraram em contacto comigo via chat do facebook solicitando-me a apresentação em PowerPoint V - Reconquista cristã e formação do reino de Portugal, informo que a dita cuja já está alterada, modificada e publicada. Podem clicar, como sempre, sobre o link a vermelho.
Logo que possível partilho a aula 28, aula a que corresponde esta apresentação, ok?

sexta-feira, 11 de maio de 2012

27ª Aula - Sociedade Europeia nos Séculos IX a XII

27ª Aula - A Sociedade Europeia nos Séculos IX a XII

Sumário: A sociedade europeia nos séculos IX a XII: clero, nobreza e povo. A cultura medieval. O domínio senhorial. As relações feudo-vassálicas.

Se bem se lembram, iniciámos a aula vinte e sete observando várias fotografias de povoações muralhadas, a refletir vivências de tempos perigosos e extraordinariamente inseguros e que correspondem a uma necessidade imperiosa de proteção sentida pelas populações.
As invasões, primeira vaga a partir de finais do século IV, seguida do desmembramento do Império Romano do Ocidente, teve como consequência uma inevitável fragmentação do poder com o surgimento dos primeiros reinos bárbaros cujos reis se vão convertendo ao cristianismo e se vão acomodando, e ao seus povos, em variadíssimas regiões da Europa Ocidental. A segunda vaga de invasões, ainda num período de consolidação destes reinos recentes que procuravam afirmar-se, a partir do início do século VIII e que se prolonga até ao século XI, com as invasões muçulmanas, vikings e húngaras, provocou muitos constrangimentos entre a população europeia e o seu estilo de vida. Desde logo o aumento da taxa de mortalidade, a diminuição da taxa de natalidade, os sentimentos de insegurança e de medo generalizado, a fuga das cidades para os campos já que eram as cidades, mais ricas, os alvos privilegiados dos ataques dos sucessivos invasores. O comércio quase desapareceu, a principal atividade económica passou a ser a agricultura, mas uma agricultura de subsistência onde praticamente não havia lugar para os excedentes. Os reis, sem conseguirem proteger convenientemente as populações, perderam poder para a nobreza e o clero que vão assegurar a proteção possível a estas populações, um pouco por toda a Europa e vão afirmando o seu poder.
A sociedade medieval, construída sobre as ruínas do Império Romano, era constituída por duas ordens privilegiadas, Clero e Nobreza, muito minoritárias, sendo que a esmagadora maioria da população integrava o Povo que era a ordem não privilegiada. Por isso podemos afirmar que a sociedade medieval era tripartida, porque dividida em três ordens, e trifuncional, porque a cada ordem correspondia uma função distinta: ao clero competia orar, à nobreza combater e ao povo trabalhar. Acima de todos está o rei, o senhor dos senhores, o suserano.
Clero e nobreza gozavam de enormes privilégios, estavam isentos do pagamento de impostos e, pelo contrário, recebiam-nos do povo, eram grandes detentores de terras, exerciam importantes cargos na administração, aplicavam a justiça nas suas terras, possuíam poder militar. Ao clero, para além da oração, competia o ensino, a caridade, a assistência aos mais necessitados, pobres e doentes.
O clero dividia-se em clero regular, o que está sujeito às regras das ordens religiosas, abades, monges e frades, por exemplo Ordem de Cluny e de Cister, e secular constituído pelo clero que habita entre a população, constituído por padres e bispos. Quanto à cultura monástica os monges dedicavam-se à cópia de manuscritos de livros gregos, romanos, cristãos, muçulmanos e a sua ação contribuíu para salvar a cultura clássica. Pedro Hispano (1210?-1277) foi o único papa português e adotou o nome de João XXI.
Quanto à nobreza, dividida entre baixa e alta nobreza, particularmente alguns dos seus membros mais poderosos, grandes senhores feudais,  chegaram a cunhar moeda, usurpando, assim, um poder que era prerrogativa dos reis. Os nobres, muitos deles com exércitos próprios, preparavam-se para o combate através dos torneios e das caçadas.
A cultura cortesã, produzida pela nobreza que se dedicava à literatura, esta divide-se em poesia e prosa. Na poesia temos as cantigas de amor, cujo tema era o amor do trovador pela sua dama; as cantigas de amigo que tratavam da ausência do "amigo" e as cantigas de escárnio e maldizer em que o autor satirizava e caricaturava a sociedade da época. Na prosa temos os romances de cavalaria, vidas de santos e as crónicas.
Quanto ao povo, dividido em colonos, homens livres, e servos, homens não livres que pertenciam à terra, ao povo competia trabalhar para si próprio e para as restantes ordens sociais, trabalhava de sol a sol, vivia em condições deploráveis, esmagado pelo pagamentos dos impostos que devia aos seus senhores e que se traduziam no pagamento de rendas, parte da produção dos mansos; corveias, trabalho na reserva e banalidades, pagamento devido pelo uso dos equipamentos existentes no domínio senhorial, como o moinho, o lagar, o forno...
A cultura popular era uma cultura oral que deriva do facto do povo ser maioritariamente analfabeto e era composta por lendas, cantares de trabalho e contos que eram muitas vezes divulgadas nas feiras, mercados e romarias por jograis, bailarinos, músicos, cvantores, poetas
 O domínio senhorial dividia-se em reserva e mansos. A reserva era explorada diretamente pelosenhor através do trabalho dos colonos e servos. Os mansos eram pequenas extensões de terrasenhorial cedidos aos camponeses para exploração e da qual os camponeses teriam de tirar o seu sustento e a parte que era devida em impostos, rendas, ao dono da propriedade, o senhor feudal.
Devido à insegurança vivida durante séculos, um pouco por toda a Europa, foram-se criando relações de vassalagem ou relações feudo-vassálicas, sistema de dependências em que senhores menos poderosos, os vassalosse colocavam na dependência de senhores mais poderosos, os suseranos.
O rei era o suserano dos suseranos, aquele que não prestava laços de vassalagem a ninguém.
A cerimónia do contrato de vassalagem dividia-se em homenagem, em que o senhor menos poderoso se colocava na dependência e sob o poder do senhor mais poderoso, segue-se o juramento de fidelidade em que o vassalo jura cumprir o contrato, prestar auxílio militar e económico ao seu suserano em troca de segurança, proteção e sustento. Segue-se a investidura em que o vassalo recebe um cargo ou um feudo, normalmente constituído por terra.

A apresentação em PowerPoint explorada em contexto de sala de aula é a U - A sociedade dos séculos IX a XII. Façam os exercícios do manual e se tiverem dúvidas, já sabem, coloquem-nas através do chat do facebook ou do meu e-mail.

Por último deixo-vos uns vídeos interessantes que selecionei no Youtube propositadamente para vocês.
Votos de excelente trabalho!





Nota acrescentada no dia 21 de Junho de 2012 - Alterei ligeiramente o conteúdo da aula ao introduzir aqui a cultura medieval que não vai aparecer em PowerPoint próprio.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Contabilidade

Cúpula - Mesquita de Córdova - Espanha
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Contabilidade

Com trinta e uma mensagens e quarenta e seis seguidores, este blogue chegou hoje às 13 mil visualizações de páginas!
Não se pode dizer que ando a trabalhar em vão e, por isso, fico contente...

sábado, 28 de abril de 2012

26ª Aula - A Nova Vaga de Invasões

26ª Aula - A Nova Vaga de Invasões

Sumário: A segunda vaga de invasões: muçulmanos, normandos e húngaros.

Os árabes são originários da Península Arábica e era aí que viviam num território caracterizado por ser um enorme deserto, uma extensão do Sahara, ponteado aqui e ali por oásis. As tribos que aí habitavam, sem unidade política, eram maioritariamente nómadas, dedicando-se à criação de gado e ao comércio de produtos vindos do Oriente que faziam chegar às margens do Mediterrâneo através das rotas caravaneiras que atravessavam o deserto arábico de lés a lés. Nos oásis havia populações sedentárias que praticavam a agricultura e a criação de gado. Tinham em comum o facto de serem politeístas e adoravam forças da natureza, pedras, fontes, astros.
E foi neste contexto que nasceu Maomé, por volta do ano 570, na cidade de Meca, atualmente a primeira cidade santa do Islão, situada na Arábia Saudita. Maomé cresceu e dedicou-se ao comércio, entrando em contacto com as duas religiões reveladas por Deus - o Judaísmo e o Cristianismo - e, aos 40 anos, numa gruta do monte Hira, o anjo Gabriel revelou-lhe a palavra de Alá, Deus, que viria a ser transcrita para o Corão, livro sagrado para todos os muçulmanos e o livro equivalente à Bíblia para os Cristãos.
Maomé começou a pregar a nova religião mas o seu monoteísmo colidiu com o politeísmo praticado pelos árabes e, em 622, Maomé foge, por razões de segurança, de Meca para Medina, por este facto segunda cidade santa do Islão, igualmente na Arábia Saudita atual. Em árabe, hégira significa fuga e esta data que marca o tempo no calendário árabe sendo o equivalente ao nascimento de Cristo no nosso calendário. Mais tarde, Maomé ou Mohammed, regressa a Meca e após a sua morte os seus sucessores, os califas, vão continuar a pregar o islamismo, com grande êxito, já que esta religião, baseada em cinco pilares - na crença de um Deus único e em Maomé como profeta maior; na obrigatoriedade de rezar cinco vezes ao dia; em cumprir o jejum do mês do Ramadão; obrigação da caridade e da esmola aos necessitados e em cumprir a hadj, peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida, vai-se expandir muito rapidamente até pelo desejo de espalhar a nova religião, a djihad ou guerra santa e pelo desejo de encontrar terras mais férteis do que as existentes na Península Arábica. Assim, os árabes muçulmanos vão-se expandindo para oriente e para ocidente e ocupam todo o Norte de África onde vão islamizar os povos berberes que aí habitavam.

 A segunda vaga de invasões que assolou a Europa do Sul, teve a origem no Norte de África, no ano de 711 . Os muçulmanos, comandados por Tarik, e a pedido de uma das fações visigodas que lutava pelo poder na Península Ibérica, invadiu-a e, perto do rio Guadalete, aconteceu o primeiro confronto entre o exército cristão e muçulmano na batalha que ficou conhecida pelo nome de Batalha de Guadalete, batalha esta ganha pelos muçulmanos. A progressão dos muçulmanos na Península Ibérica foi muito rápida, até porque o poder dos visigodos encontrava-se, à época, enfraquecido e fragmentado e os árabes chegam mesmo a penetrar no território dos Francos, atual França, onde foram travados, em 732, na Batalha de Poitiers, pelo exército franco liderado por Carlos Martel.

Entretanto, mais a Norte, a partir do século VIII e até ao século XI, atacavam os Normandos ou Vikings, originários da península da Escandinávia que atacavam preferencialmente as cidades costeiras no Norte da Europa semeando o pânico e a destruição.
A partir do século IX, povos oriundos da Ásia, os húngaros ou magiares, atacam vindos do leste e chegam a território franco espalhando por sua vez a destruição e a morte, contribuindo para o medo e sentimento de insegurança generalizado entre os europeus. Os húngaros vão acabar por se fixar junto ao rio Danúbio, na atual Hungria.
Esta nova vaga de invasões veio perturbar o equilíbrio, ainda muito instável e precário, dos novos reinos cristãos resultantes da primeira vaga de invasões bárbaras que destruiu o Império Romano do Ocidente originando uma fragmentação do poder político, visível ainda hoje, apesar da UE.

A apresentação em PowerPoint explorada em contexto de sala de aula já está reformulada e partilhada em T - O Novo Mapa da Europa - Invasões árabes, vikingues e húngaras.
Deixo-vos ainda dois vídeos síntese, por isso curtinhos, e ainda outro um pouco mais longo mas muitíssimo interessante sobre o Islamismo. Vejam-nos atentamente aproveitando, assim, para consolidar os conhecimentos adquiridos em contexto de sala de aula e aproveitando igualmente para consolidar conhecimentos de EMRC.
Deixo-vos ainda um vídeo sobre os Vikings. Não deixem de aprofundar os vossos conhecimentos sobre este povo guerreiro e lendário.
Podem e devem ainda realizar os questionários do vosso manual e já sabem, qualquer dúvida que surja... estou inteiramente disponível para os esclarecimentos devidos via face, mail, messenger... o que for.
Votos de excelente trabalho!








segunda-feira, 23 de abril de 2012

25ª Aula - As Invasões Bárbaras e o Novo Mapa da Europa

25ª Aula - As Invasões Bárbaras e o Novo Mapa da Europa

Sumário: A primeira vaga de invasões - as invasões bárbaras e o novo mapa político da Europa. O papel evangelizador da Igreja Católica no ocidente europeu.

Os germânicos ou germanos, povos de origem indo-europeia a quem os romanos depreciativamente chamavam bárbaros, viviam fora das fronteiras do império romano, para além dos rios Reno e Danúbio. Eram povos bastante mais atrasados e rudes do que os romanos, viviam em aldeias, dedicavam-se à agricultura, à criação de gado, à metalurgia e à guerra. A partir do século II os bárbaros começaram a instalar-se dentro do império romano, mais ou menos pacificamente, mais ou menos tolerados pelos romanos, chegando até a integrar o exército romano.
A partir de finais do século IV, pressionados pelos Hunos que se deslocavam da Ásia Central para Ocidente, os bárbaros irromperam violentamente pelo Império adentro, onde encontraram apoio junto dos seus, provocando o caos, a destruição, a violência e a morte. Em 395, o Império é dividido em dois - Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente. A queda de Roma, em 476, tem como maior consequência a queda do Império Romano do Ocidente. O Império estava ferido de morte, o poder político central desaparecera, as populações estavam quase completamente indefesas, não fora a proteção dos membros do clero. Entretanto, os bárbaros - Vândalos, Suevos, Visigodos, Ostrogodos, Burgúndios, Anglos, Saxões, Francos... vão-se acomodando dentro dos territórios que antes fizeram parte do Império Romano dando origem aos reinos bárbaros que, por sua vez, dão origem à Europa que hoje conhecemos - a Europa das Nações. Aqui, na Península Ibérica, vão surgir dois importantes reinos - o Suevo e o Visigodo. Este último anexará, posteriormente, o reino suevo.
As relações entre conquistados e conquistadores são inicialmente difíceis. Os bárbaros não falam latim, não professam o cristianismo, não se esqueçam que esta era já a religião oficial do Império desde 380, não têm os mesmos usos e costumes... mas, com o tempo, vão acabar por se aproximar entre si, invadidos e invasores, quer através de casamentos mistos, quer através da ação dos membros da Igreja Católica, nomeadamente dos seus bispos que vão encetar a tarefa de evangelização destes povos pagãos.
O primeiro rei bárbaro a converter-se ao cristianismo foi o rei dos Francos, Clóvis, em 496,
posteriormente converte-se Recaredo, rei dos Visigodos e Teodemiro, rei dos Suevos, que, dando o exemplo aos seus súbditos, vão acelerar o processo de conversão ao cristianismo por parte desta população vitoriosa, esbatendo diferenças entre conquistados e conquistadores e contribuindo para a sua fusão.
As ordens religiosas desempenharam um importantíssimo papel na evangelização, nomeadamente a Ordem de S. Bento, fundada no Monte Cassino, em Itália, em 529.
Esta ordem devia ser autosuficiente, atenção ao significado desta palavra!, e os seus membros deviam realizar trabalho manual, intelectual, para além da obrigação primeira que era o dever da oração.  Desbravaram florestas, cultivaram campos, dedicaram-se à produção artesanal, para além de fundarem escolas, bibliotecas e copiarem livros, os chamados manuscritos. Desempenharam, pois, um importante papel do ponto de vista económico e cultural.

Na próxima aula abordaremos a segunda vaga de invasões que vai contribuir para mais insegurança vivida e sentida um pouco por toda a Europa Ocidental.
Por agora deixo-vos com a minha apresentação em PowerPoint intitulada S - O Novo Mapa da Europa, Invasões Bárbaras.
Deixo-vos ainda quatro vídeos curtinhos, mas muito interessantes, sobre as invasões bárbaras que selecionei para vocês no Youtube. Não deixem de os ver! Acho que vão gostar. O último trata especificamente o caso da Península Ibérica.
Ah! E vão estando atentos aos meus sublinhados... como sabem, é uma técnica de estudo utilizada por muitos, por mim também...
Bom trabalho a todos!










sexta-feira, 20 de abril de 2012

24ª Aula - O Cristianismo

24ª Aula - O Cristianismo

Sumário: Origem, princípios e difusão do Cristianismo. De religião perseguida a religião oficial do Império Romano.

A última aula sobre o Cristianismo versou sobre algumas matérias por vós já mais do que aprendidas na Catequese e nas aulas de EMRC.
De facto, quem não sabe que Jesus Cristo, filho de Maria e de Deus (para quem o reconhece como filho de Deus)nasceu em Belém, na província romana da Judeia, ao tempo do primeiro imperador de Roma, Octávio Augusto?
Quem não sabe que os Judeus, antigos Hebreus, monoteístas, aguardavam a vinda de um Messias que salvaria e engrandeceria Israel e o seu povo?
Quem não sabe que Jesus começou a pregar aos 30 anos uma mensagem original e revolucionária baseada no amor ao próximo, no perdão, na solidariedade e na caridade, na igualdade de todos os homens perante Deus, mensagem que Jesus dirigiu a toda a Humanidade? E que os dirigentes Judeus o encararam como um impostor, um agitador, tendo sido condenado, aos 33 anos, ao martírio e à morte por crucificação pelo Sinédrio, Grande Conselho Judaico, sentença confirmada pelo governador romano da província, Pôncio Pilatos?
Todos estes factos são conhecidos, até pelos inúmeros filmes que sobre esta temática foram sendo realizados ao longo dos tempos sobre um tema que, desde sempre, apaixonou os homens.

Talvez não saibais é que inicialmente o Cristianismo até foi aceite pelos romanos, num império profundamente politeísta e permissivo, mas que rapidamente passou a religião perseguida pelo facto dos seus princípios colidirem com princípios fundamentais romanos como o politeísmo e o culto ao imperador - os cristãos recusavam praticar outros cultos pois só prestavam culto a Deus - e colidirem com o fundamento da economia e sociedade romana, profundamente esclavagista, enquanto os cristãos defendiam a igualdade e o respeito entre todos os homens, sem exceção.
As perseguições aos cristãos foram, por vezes, ferozes destacando-se as perseguições movidas por Nero, Domiciano, Adriano e Diocleciano e muitos cristãos encontraram a morte nas arenas, por exemplo do emblemático Coliseu de Roma, em espetáculos sangrentos e violentos tão do agrado dos romanos e dos quais, ainda hoje, subsistem reminiscências desta violência nas touradas.
Durante séculos os cristãos, quais toupeiras, escavaram túneis e câmaras no subsolo, as catacumbas, onde praticavam o culto e sepultavam os seus mortos, segundo os rituais cristãos, longe dos olhares dos seus perseguidores.
Em 313, o imperador Constantino concedeu liberdade religiosa a todos os habitantes do império, através do Edicto de Milão, e os cristãos, depois de séculos de perseguições mais ou menos violentas, puderam finalmente abandonar os subterrâneos e praticar o culto à superfície. Evidentemente, só a partir desta data é que surge a arquitetura cristã com a edificação das primeiras igrejas e batistérios que até aí, por razões de segurança, eram inexistentes.
Em 380, o imperador Teodósio, através do Edicto de Tessalónica, impõe o cristianismo como a religião oficial do Império Romano.
O cristianismo vai influenciar profundamente a vida no período medieval, matéria que abordaremos já na próxima aula. Aliás, o cristianismo ainda hoje influência profundamente a nossa vida... lembrem-se das cerimónias religiosas da Páscoa...

Como de costume, podeis consultar a apresentação em PowerPoint na minha página de recursos, onde está partilhada com o nome - R - Cristianismo, apresentação que já foi reformulada para este ano letivo.

E agora, para vos ajudar a decifrar o cristianismo... uma excelente e empolgante série divulgada pelo canal Odisseia.






sábado, 17 de março de 2012

Portefólios

Capitel Dórico - Portefólios 7º Ano - EB 2/3 de Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Portefólios

Hoje partilho a beleza de um capitel dórico pertencente à ordem arquitetónica grega homónima.
Corrigir portefólios e deparar-me com estas belezas torna o meu trabalho mais leve leve...
Obrigada, Aluna Minha!

terça-feira, 6 de março de 2012

Partilha - Portefólio - Objetivos

Partilha - Portefólio - Objetivos

Hoje volto a partilhar com os meus leitores um texto de um portefólio de um aluno que me enche de orgulho. Esta partilha só a faço depois de obtidas as respetivas autorizações: primeiro do seu autor, depois da encarregada de educação do aluno em causa.
Este texto não é novo para mim já que o li aquando da primeira correção, de fio a pavio, dos portefólios de todos os meus alunos no final do 1º período. Entretanto voltei à carga, estamos já na reta final deste 2º período e tenho de analisar os progressos feitos, ou não!, e vai daí voltei a reler esta preciosidade de texto direto, sem subterfúgios, escrito por um aluno que não tem qualquer problema em afirmar ao que vem.
Pegar num portefólio destes, em plena esplanada no meu umbigo inundado de sol, deixou-me, um dia destes, de sorriso rasgado de orelha à orelha.
Obrigada, aluno meu!

Os meus objetivos para a disciplina de História

"Olá! Eu sou o ****** e os meus objetivos para a disciplina de História são obter a nota máxima para ser um exemplo para tudo e todos, pois eu não quero ser só mais um no Mundo, mas sim alguém que possa ser admirado pelos seus feitos e que seja recordado pelo que fez.
Planeio ficar a conhecer mais do já sei pois é para isso que estamos na escola e até lá vou esforçar-me ao máximo para o conseguir.
Vou tentar melhorar e vou convencer-me que eu consigo.
Daqui até lá digo adeus."

segunda-feira, 5 de março de 2012

Esclarecimento de Dúvidas

Esclarecimento de Dúvidas

Meus queridos alunos,

sabeis exatamente onde me encontrar, on ou off-line, e por isso não há razões para permanecerem com dúvidas. Coloquem-nas. Já sabeis que não ficareis sem respostas.
Votos de excelente trabalho para todos!
Votos de excelente preparação para o teste de avaliação... e o segundo período está praticamente no fim... não é incrível?

domingo, 4 de março de 2012

21ª Aula - A Arte Romana

21ª Aula - A Arte Romana

Sumário: A arte romana: pintura, mosaico, escultura e arquitetura.

Iniciámos a aula sobre a arte romana abordando a pintura que chegou até nós em grande número através de inúmeros frescos mais ou menos preservados, alguns excelentemente preservados. Trata-se, normalmente, de pintura polícroma, figurativa, realista, naturalista, expressiva, sóbria, onde estão representadas cenas do quotidiano, históricas, mitológicaspaisagens, muitas vezes enquadradas por apontamentos de decoração geométrica.
O mosaico, realizado a partir das tesselas, técnica em que os romanos foram especialistas, manteve a mesma temática e as mesmas características válidas para a pintura e temos exemplares fabulosos por todos o espaço do antigo império, felizmente também em território português, mais concretamente em Conímbriga.
Quanto à escultura temos uma tipologia dividida em baixos-relevos, bustos, estátuas de corpo inteiro e estátuas equestres. As características são comuns e destacam-se pelo seu realismo, expressividade, sobriedadenaturalidade. Não se esqueçam que, contrariamente ao idealismo grego, os escultores romanos esculpiram verdadeiros retratos psicológicos com magistral mestria, atingindo um nível de qualidade extraordinário. Esculpiam em bronze mas o material preferido era o mármore.
Relativamente à arquitetura, de nítida influência grega, os romanos usaram as ordens gregas a que acrescentaram a ordem compósita, combinação da coríntia com a jónica, usaram também o frontão triangular, mas foram capazes de inovar usando elementos arquitetónicos como o arco de volta perfeita, a abóbada de berço, a cúpula, o frontão semicircular.
A tipologia é vasta e controem aquedutos, arcos de triunfo, termas, templos, basílicas, teatros, anfiteatros, pontes... sendo, comprovadamente, excelentes engenheiros. Quanto às características podemos apresentar a robustez, a durabilidade, a monumentalidade, a funcionalidade, daí muitas destas construções ainda estarem em uso nos dias de hoje.
Os romanos eram, comprovadamente, homens muito pragmáticos, muito práticos, e isso está patente no imenso,valioso e diverso património artístico romano chegado até aos nossos dias.

Podeis consultar a apresentação em PowerPoint já explorada em contexto de sala de aula em Q - A arte romana - pintura, mosaico, escultura, arquitetura e podeis fazer a ficha formativa O - Roma 3.

Podeis ainda ver aqui uma reconstrução em 3D do Coliseu de Roma.



E aqui reconstruções de vários edifícios emblemáticos romanos, em 3D.

Este vídeo, a Hispania Romana, faz-nos já a ponte para as invasões bárbaras, matéria que abordaremos logo a seguir ao cristianismo.



E agora um tour virtual por Roma, capital do Império Romano.
Que cidade fabulosa...


sábado, 3 de março de 2012

20ª Aula - Roma - Sociedade, Instituições Políticas e Religião

20ª Aula - Roma - Sociedade, Instituições Políticas e Religião

Sumário: A sociedade romana. As instituições políticas. A religião

A sociedade romana dividia-se em privilegiados, de que faziam parte os membros que integravam a ordem senatorial composta pelos mais ricos, grandes proprietários de terras que ocupavam os mais altos cargos da administração e do exército e que tinham de possuir uma fortuna superior a um milhão de sestércios, só eles é que podiam ser nomeados para o senado e os membros da ordem equestre, os cavaleiros, com uma fortuna superior a 400 mil sestércios, dedicavam-se ao comércio e ocupavam cargos intermédios na administração. Temos ainda os não privilegiados, de longe a maioria, que integrava a plebe urbana e rural, cidadãos, homens livres, que podiam ser pequenos proprietários de terras, camponeses, artesãos, pequenos comerciantes ou indigentes que viviam na dependência de famílias ricas ou mesmo do imperador e temos ainda os libertos, antigos escravos libertados cujos filhos adquiriam o direito de cidadania e eram livres, é claro, e os escravos que eram propriedade de um dono e eram considerados coisas.
A partir de 27 a. C surge uma nova forma de governo que sucede à República - o Império. O primeiro imperador é Octávio César Augusto e os imperadores têm poderes alargados - políticos, militares, financeiros, judiciais e religiosos e são divinizados após a morte.
Quanto à religião, os romanos são politeístas, numa próxima aula vamos ver a implantação do Cristianismo no império romano, adoram muitos deuses e têm até muita facilidade em incorporar cultos dos povos conquistados, dos gregos, dos egípcios, até dos persas. Os romanos praticam o culto doméstico dirigido pelo pater famílias, o culto público, dirigido por sacerdotes ou sacerdotisas, praticam a adivinhação através da observação das vísceras dos animais, faziam promessas e sacrifícios aos deuses.
A herança romana está bem presente ainda hoje na língua que falamos, o português, e que derivada do latim, assim como o francês, o romeno, o espanhol e o italiano, no direito de muitos países ocidentais que derivam do direito romano, nas técnicas construtivas que nos influenciaram até aos dias de hoje em que utilizamos elementos arquitetónicos usados pelos romanos como o arco de volta perfeita, a abóbada de berço e a  cúpula, está presente no urbanismo, na arte, no cristianismo, na numeração romana que ainda hoje é usada.

Deixo-vos o link para a apresentação em PowerPoint intitulada P - Sociedade, instituições políticas e religião e ainda para a ficha formativa que podeis resolver em N - Roma 2.

E deixo-vos ainda uns vídeos que complementarão, por certo, esta aula.
Os primeiros são fabulosas visitas virtuais a casas romanas. Não deixem de ver.











Um "take-away" pompeiano.



E deixo-vos ainda um segundo vídeo, curtinho, que nos mostra uma reconstrução virtual de Pompeia. Não percam!



E ainda uma reconstituição das Termas de Caracala.



E ainda o Coliseu de Roma em 3D.


Bom trabalho!

sexta-feira, 2 de março de 2012

19ª Aula - Império Romano, Romanização e Economia

19ª Aula - Império Romano, Romanização e Economia

Sumário: A formação do Império Romano e a romanização dos povos conquistados. A economia romana.

A cidade de Roma foi fundada pelos Latinos, na margem direita do rio Tibre, na península Itálica, em meados do século VIII.
Inicialmente era um pobre povoado, habitado por agricultores e criadores de gado que, de 616 a 509 a. C., vão ser ocupados e dominados pelos Etruscos até que os Latinos expulsam os Etruscos e iniciam a sua própria expansão, conquistando os seus vizinhos da península itálica - Etruscos, Úmbrios, Samnitas, Sabinos, prosseguindo, imparáveis, pela restante Europa, Norte de África e Ásia até estabilizarem o império no século II, quando este conheceu a sua máxima extensão, e ia até à Bretanha, e rodeava todo o mar Mediterrâneo, tendo-o transformado num autêntico lago romano, no mare nostrum.
As motivações para a expansão foram muitas e variadas, desde logo por razões de segurança que se ligam ao ataque ser a melhor defesa. De facto, se os romanos passassem a dominadores não voltariam a ser povo dominado. Acrescente-se ainda as motivações sociais e a ambição dos chefes, decorrentes de novos cargos e da honra e glória resultantes dos feitos de conquista e do exercício de determinadas funções de chefia. E há ainda motivações económicas que resultam dos saques, dos impostos lançados sobre os povos dominados, dos prisioneiros de guerra que se transformam em escravos, dos novos mercados que se abrem e com eles mais oportunidades de negócio, da maior quantidade de terras férteis para os colonos romanos.
É claro que vencedores e vencidos vêem esta conquista e ocupação de forma muito diferente, já o sabeis, analisámos documentos neste sentido durante a aula já leccionada sobre esta matéria.
Os romanos vão romanizar os povos conquistados, ou seja, "tornar romanos" influenciando-os através do latim, do direito romano, através do urbanismo, das técnicas de construção, através da fabulosa rede viária construída por todo o império, através da cultura, da arte, da ciência, do estilo de vida.
É claro, já o sabeis, a romanização teve muito mais êxito a ocidente do que a oriente, já que aqui se concentravam civilizações muito fortes e poderosas e por isso mais resistentes à romanização.
Durante séculos, os vários povos que integravam o Império viveram a chamada Pax Romana, ou seja, viviam em paz, mas sendo que esta paz era armada, forçada, vigiada de perto pelas legiões, pelos militares que a impunham com a sua presença.
Quanto à economia ela era urbana, comercial e monetária já que a vida dentro do império se concentrava nas urbes, cidades, onde se praticava um intenso comércio com produtos trocados por todo o império.
Dentro do império praticava-se a agricultura, a criação de gado, a exploração mineira, a extração de sal, a pesca, fabricava-se artesanato muito diverso, e, claro está, praticava-se o comércio muito facilitado pela rede de estradas, pela navegação fluvial e marítima e pela enorme circulação de moeda.

A apresentação em PowerPoint que já explorámos na sala de aula está disponível com o nome O - O Império Romano, Romanização e Economia e a ficha formativa está em M - Roma 1.
Estudem. Procurem resolver os exercícios do livro e as fichas formativas.
Se surgir qualquer dúvida, sabeis onde me encontrar.

Deixo-vos com a reconstituição da cidade de Ammaia, na Lusitânia. Visitem-na! Está à distância de dois cliques.




E ainda a reconstituição da magnífica cidade de Roma.



E sobre a mítica Pompeia.





 

 

 E sobre as fronteiras do Império Romano, a Leste.





E na Bretanha era assim...




domingo, 5 de fevereiro de 2012

16ª Aula - A Arte Grega

16ª Aula - A Arte Grega

Sumário: A arte grega: pintura, escultura e arquitetura.

Como estão recordados, iniciámos a 16ª aula, intitulada "a arte grega", pela pintura e disse-vos que a pintura foi aplicada sobre a escultura, a arquitetura e a cerâmica se bem que da pintura sobre escultura e arquitetura só chegaram até nós pouco mais do que vestígios de pigmentos, ao contrário da pintura sobre cerâmica que está muito bem documentada, já que os gregos comercializaram a sua esplêndida cerâmica por toda a bacia mediterrânica. A decoração era inicialmente geométrica, depois zoomórfica e antropomórfica que, com o decorrer do tempo, se tornou a temática preferida - o Homem - com os artistas a pintarem cenas do quotidiano, da vida dos deuses e dos heróis.
A cerâmica mais famosa é a do século VI a. C. com figuras negras pintadas sobre fundo vermelho e a do século V a. C., exatamente o seu inverso, com figuras vermelhas pintadas sobre fundo negro.
Quanto à escultura iniciámos a sua abordagem pelo período arcaico, que vai dos séculos VII a inícios do século V a. C., pelos kouroi e pelas korai, respetivamente rapazes e raparigas jovens representados de forma muito convencional, estática, hirta, rígida, pouco natural, de sorriso convencional no rosto e com óbvias influências da escultura egípcia. Os koroi eram representados sempre nus, as korai vestidas e a representação de ambos vai evoluindo no sentido de uma maior naturalidade, leveza, graciosidade que é notória no período seguinte, o período Severo que se estende de inícios do século V a. C. até meados deste século e em que a figura humana adquire uma graciosidade de gesto e de pose e um realismo cada vez maior, sendo que a escultura grega é sempre idealista, não se esqueçam, porque procura representar um ideal de beleza feminino ou masculino e não alguém em particular.
Segue-se o período clássico, de 450 a 325 a. C. em que a escultura grega atinge, em termos de qualidade técnica, um patamar de exceção no sentido de um naturalismo e de um realismo/idealismo absolutamente fabulosos.
Os principais escultores do século V a. C. foram Fídias, famoso autor envolvido na construção do Pártenon, Míron e Policleto e os principais escultores do século IV a. C. foram Praxíteles e Lisipo. A temática continuou a ser o homem idealizado, os deuses, os heróis.
E eis-nos chegados ao período helenístico, que se estende do século III a I a. C. que nos lega verdadeiras composições narrativas, lembrem-se da belíssima escultura "O grupo de Laocoonte" com a sua teatralidade, paixão, sofrimento e drama expressos nos rostos e nas poses em tensão, das figuras que analisámos.
E chegámos à arquitetura e às ordens arquitetónicas inventadas pelos gregos - dórica, jónica e coríntia, com os seus característicos capitéis que vos servirão para as distinguir, muito embora elas não se distingam unicamente por esse elemento arquitetónico. Tereis de saber os nomes de todos os elementos arquitetónicos que estão no PowerPoint no diapositivo 24. Não se esqueçam que sabidas estas ordens na ponta da língua elas serão úteis de novo para a arte romana, que abordaremos na terceira aula reservada aos romanos, e para a arte do renascimento que abordaremos no 8º ano de escolaridade.
Não se esqueçam da tipologia da arquitetura grega com os seus característicos templos, os estádios e os teatros e não se esqueçam das características desta original arquitetura - arquitetura feita à medida do homem, que apresenta um grande equilíbrio de proporções, harmoniosa, feita para valorizar o próprio homem.
A apresentação em PowrPoint está disponível com o nome N - Arte Grega - pintura, escultura e arquitetura e a ficha formativa está em L - Grécia 3.

E pronto, terminamos a matéria para o teste de avaliação. São apenas quatro aulas de matéria em que abordámos hebreus, fenícios e gregos, são apenas quatro aulas de matéria mas a exigirem muito estudo que eu não quero fracas notas no próximo teste de avaliação e quero toda a gente a melhorar os seus resultados.
Já sabeis que deveis fazer os questionários que constam no vosso manual e também já sabeis onde me encontrar para o esclarecimento de quaisquer dúvidas que possam surgir. Não se acanhem.
Votos de excelente trabalho.

Deixo-vos, por último uns vídeos por mim selecionados no youtube. Vejam-nos com atenção.



Sobre a escultura, aconselho-vos a verem este vídeo e que vos ajudará, por certo, a ver com olhos de ver e não apenas de olhar.



E sobre as ordens arquitetónicas dórica, jónica e coríntia deixo-vos este vídeo para se relembrarem dos elementos arquitetónicos que as caracterizam.




Deixo-vos ainda este vídeo/resumo sobre a civilização grega, em espanhol, que devereis ver com muita atenção até porque aborda as civilizações cretense e micénica, que nós não explorámos em contexto de sala de aula pois não fazem parte do nosso programa, o que não quer dizer que as desconheçais por completo... o saber nunca ocupou lugar, não é assim?