Todo o trabalho partilhado neste blogue pode ser visionado, consultado e utilizado, mas, por favor, não apague os créditos de um trabalho que é meu. E não plagie. O plágio é uma prática muito feia. Se entender contactar-me o meu e-mail é anabelapmatias@gmail.com
Agradeço aos autores dos vídeos a sua partilha, generosa, no Youtube. Sem esta partilha, as minhas postagens ficariam mais pobres.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

27ª Aula - Sociedade Europeia nos Séculos IX a XII

27ª Aula - A Sociedade Europeia nos Séculos IX a XII

Sumário: A sociedade europeia nos séculos IX a XII: clero, nobreza e povo. A cultura medieval. O domínio senhorial. As relações feudo-vassálicas.

Se bem se lembram, iniciámos a aula vinte e sete observando várias fotografias de povoações muralhadas, a refletir vivências de tempos perigosos e extraordinariamente inseguros e que correspondem a uma necessidade imperiosa de proteção sentida pelas populações.
As invasões, primeira vaga a partir de finais do século IV, seguida do desmembramento do Império Romano do Ocidente, teve como consequência uma inevitável fragmentação do poder com o surgimento dos primeiros reinos bárbaros cujos reis se vão convertendo ao cristianismo e se vão acomodando, e ao seus povos, em variadíssimas regiões da Europa Ocidental. A segunda vaga de invasões, ainda num período de consolidação destes reinos recentes que procuravam afirmar-se, a partir do início do século VIII e que se prolonga até ao século XI, com as invasões muçulmanas, vikings e húngaras, provocou muitos constrangimentos entre a população europeia e o seu estilo de vida. Desde logo o aumento da taxa de mortalidade, a diminuição da taxa de natalidade, os sentimentos de insegurança e de medo generalizado, a fuga das cidades para os campos já que eram as cidades, mais ricas, os alvos privilegiados dos ataques dos sucessivos invasores. O comércio quase desapareceu, a principal atividade económica passou a ser a agricultura, mas uma agricultura de subsistência onde praticamente não havia lugar para os excedentes. Os reis, sem conseguirem proteger convenientemente as populações, perderam poder para a nobreza e o clero que vão assegurar a proteção possível a estas populações, um pouco por toda a Europa e vão afirmando o seu poder.
A sociedade medieval, construída sobre as ruínas do Império Romano, era constituída por duas ordens privilegiadas, Clero e Nobreza, muito minoritárias, sendo que a esmagadora maioria da população integrava o Povo que era a ordem não privilegiada. Por isso podemos afirmar que a sociedade medieval era tripartida, porque dividida em três ordens, e trifuncional, porque a cada ordem correspondia uma função distinta: ao clero competia orar, à nobreza combater e ao povo trabalhar. Acima de todos está o rei, o senhor dos senhores, o suserano.
Clero e nobreza gozavam de enormes privilégios, estavam isentos do pagamento de impostos e, pelo contrário, recebiam-nos do povo, eram grandes detentores de terras, exerciam importantes cargos na administração, aplicavam a justiça nas suas terras, possuíam poder militar. Ao clero, para além da oração, competia o ensino, a caridade, a assistência aos mais necessitados, pobres e doentes.
O clero dividia-se em clero regular, o que está sujeito às regras das ordens religiosas, abades, monges e frades, por exemplo Ordem de Cluny e de Cister, e secular constituído pelo clero que habita entre a população, constituído por padres e bispos. Quanto à cultura monástica os monges dedicavam-se à cópia de manuscritos de livros gregos, romanos, cristãos, muçulmanos e a sua ação contribuíu para salvar a cultura clássica. Pedro Hispano (1210?-1277) foi o único papa português e adotou o nome de João XXI.
Quanto à nobreza, dividida entre baixa e alta nobreza, particularmente alguns dos seus membros mais poderosos, grandes senhores feudais,  chegaram a cunhar moeda, usurpando, assim, um poder que era prerrogativa dos reis. Os nobres, muitos deles com exércitos próprios, preparavam-se para o combate através dos torneios e das caçadas.
A cultura cortesã, produzida pela nobreza que se dedicava à literatura, esta divide-se em poesia e prosa. Na poesia temos as cantigas de amor, cujo tema era o amor do trovador pela sua dama; as cantigas de amigo que tratavam da ausência do "amigo" e as cantigas de escárnio e maldizer em que o autor satirizava e caricaturava a sociedade da época. Na prosa temos os romances de cavalaria, vidas de santos e as crónicas.
Quanto ao povo, dividido em colonos, homens livres, e servos, homens não livres que pertenciam à terra, ao povo competia trabalhar para si próprio e para as restantes ordens sociais, trabalhava de sol a sol, vivia em condições deploráveis, esmagado pelo pagamentos dos impostos que devia aos seus senhores e que se traduziam no pagamento de rendas, parte da produção dos mansos; corveias, trabalho na reserva e banalidades, pagamento devido pelo uso dos equipamentos existentes no domínio senhorial, como o moinho, o lagar, o forno...
A cultura popular era uma cultura oral que deriva do facto do povo ser maioritariamente analfabeto e era composta por lendas, cantares de trabalho e contos que eram muitas vezes divulgadas nas feiras, mercados e romarias por jograis, bailarinos, músicos, cvantores, poetas
 O domínio senhorial dividia-se em reserva e mansos. A reserva era explorada diretamente pelosenhor através do trabalho dos colonos e servos. Os mansos eram pequenas extensões de terrasenhorial cedidos aos camponeses para exploração e da qual os camponeses teriam de tirar o seu sustento e a parte que era devida em impostos, rendas, ao dono da propriedade, o senhor feudal.
Devido à insegurança vivida durante séculos, um pouco por toda a Europa, foram-se criando relações de vassalagem ou relações feudo-vassálicas, sistema de dependências em que senhores menos poderosos, os vassalosse colocavam na dependência de senhores mais poderosos, os suseranos.
O rei era o suserano dos suseranos, aquele que não prestava laços de vassalagem a ninguém.
A cerimónia do contrato de vassalagem dividia-se em homenagem, em que o senhor menos poderoso se colocava na dependência e sob o poder do senhor mais poderoso, segue-se o juramento de fidelidade em que o vassalo jura cumprir o contrato, prestar auxílio militar e económico ao seu suserano em troca de segurança, proteção e sustento. Segue-se a investidura em que o vassalo recebe um cargo ou um feudo, normalmente constituído por terra.

A apresentação em PowerPoint explorada em contexto de sala de aula é a U - A sociedade dos séculos IX a XII. Façam os exercícios do manual e se tiverem dúvidas, já sabem, coloquem-nas através do chat do facebook ou do meu e-mail.

Por último deixo-vos uns vídeos interessantes que selecionei no Youtube propositadamente para vocês.
Votos de excelente trabalho!





Nota acrescentada no dia 21 de Junho de 2012 - Alterei ligeiramente o conteúdo da aula ao introduzir aqui a cultura medieval que não vai aparecer em PowerPoint próprio.

5 comentários:

  1. Lol para si também! Haja alegria no trabalho! Eheheh...

    ResponderEliminar
  2. o meu amigo tozé adorou isto para estudar

    ResponderEliminar
  3. Como encarregada de educação, devo dizer que este é o melhor repositório de conteúdos que encontrei em todas as pesquisas que fiz. Desde a linguagem, aos ppt apresentados, tudo nota 20.
    Pena tão grande ter sido descontinuado. É uma forma altruísta de colmatar falhas nos programas escolares e nos métodos de ensino.
    Um grande bem haja

    ResponderEliminar
  4. Cara Poison,
    este blogue não foi descontinuado, faltando-lhe apenas algumas poucas aulas de História de 9º ano para estar completo. Durante este 1º período, deste ano lectivo que ainda decorre, iniciei o trabalho inglório de ajustar as aulas às metas curriculares introduzindo-as nas apresentações em Powerpoint e nas aulas do blogue... trabalho este que já interrompi e dessa novidade informei os meus alunos. Porque não sei o que será feito às metas, pelas palavras do novo ministro da educação parece que se vão escafeder, se se escafederem eu aplaudo!, ou se serão "apenas" reformuladas...
    Ora, como eu adoro trabalhar, mas odeio trabalhar para o boneco, e chover no molhado nunca foi a minha praia, aguardo serenamente pelas directrizes que chegarão, mais cedo ou mais tarde... perdendo, talvez, um tempo precioso para a preparação do novo ano lectivo.
    Muito, muitíssimo grata pelas suas palavras de encarregada de educação atenta. Estas palavras, que de quando em vez me chegam vindas desse lado, são um enorme incentivo ao meu trabalho.
    Continuarei... aguardo apenas directrizes da tutela... porque não sei se viro para a esquerda ou se viro para a direita... :(
    Fique bem!

    ResponderEliminar